25/06/22

"O Combate Quotidiano - volume 1 e 2" // "Vildemoínhos" // "Louvor Ateu"

 Imaginas gostar tanto de um livro que não queres que ele acabe? Que ele seja local de conforto? Tem-me acontecido muito com os que tenho colocado aqui. E não é mero síndrome de fuga: também tenho saído com amigos e tentado manter as velhas amizades. Morro de saudades tuas mas não fujo para dentro dos livros. Têm sido deliciosos! Voltarei a uns tantos de certeza!! 

Desta vez, mais um belo livro do Manu Larcenet, com uma ilustração completamente diferente do último que li dele ("O Relatório de Brodeck"). Edição portuguesa em 2 volumes. Tão real, humano e cheio de coisas que me são tão familiares.

Ler que alguém querer estar mais tempo com o outro quando não passam a semana juntos é normal e não carência. Pensar que sufocares com apenas esse tipo de conversa é estranho ou sintomático de outras coisas (nem que seja apenas de um passado que não libertas) e não culpa minha (mesmo que nesse passado tenha tido essa culpa).
Quando tudo acaba de repente, com acusações e sem espaço para novas perguntas da minha parte esta reflexão é um exercício contínuo. Não posso viver em constante conflito com o que sinto. Afinal, haverá mais falta de amor que estar bem num silêncio prolongado? Porque procuro eu explicações para o que nem tu te preocupaste em dizer? 
Ainda nestes dias em conversas com os compadres ao ouvi-los dizer que querem um tempinho sem a Gabi só para eles quase que me desfiz em lágrimas. Não de inveja ou de tristeza minha. Não de todo! Apenas fiquei enternecido e feliz por eles. Foi tão bom ouvir. Senti-me um pouco normal e validado.


"- uma crise de angustia é muito impressionante apesar de variar muito de pessoa para pessoa...
aprender a viver com isso significa ter um medo irracional de, a qualquer momento tudo se desmoronar."


"- porque quero ver-te mais! E quero que tenhamos mais tempo juntos, e assim... tu não queres?
- Não. (...) Estamos bem assim! Porque é que queres mudar tudo?
- Para mudar, precisamente! Para viver mais coisas contigo.. Estou farta do provisório."

"- É gira, ela..
- Pois é..
- Não vive contigo?
- Não, não... achamos que é muito cedo, não nos apetece...
- Claro, claro... Merecias umas palmadas, às vezes..."

"- Tenho medo filho... nunca tive tanto medo... nem quando nascente.
- Também eu pai."


"- ESTOU FARTA! Pára de me tomar por parva! Eu já vi que tens medo, mas isso não desculpa tudo...quero ouvir-te, quero que conversemos, mas não quero que andes a fingir que está tudo muito bem entre nós!" 

"- Vou retomar a psicanálise... há muitas coisas a falhar. (...) Pára de sorrir assim. Enervas-me..." 

"- ...Que ética idiota é essa que te faz sacrificar um amigo por causa de um passado ao qual ele renunciou definitivamente? A ética é necessária, sem dúvida... mas é um pouco como a lógica: é demasiado simples para a deixarmos intervir nas relações humanas."

"O desespero puro coloca questões tão essenciais que não pode acomodar-se a nenhuma ideologia... 
A fraude ideológica consiste em convencer que existe uma verdade. O real deixa então de importar, a não ser na medida em que pode moldar-se para se adaptar a ela. (...)
Deslastrada de toda a lógica, a poesia é a única forma livre de reparar no que é importante."

"Já lhe disse no outro dia... a fuga faz parte do combate."


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"Vildemoínhos" a 24-25/06/2022

E se eu disser que não fui para me despedir?
E se eu disser que não fui procurar nada nem ninguém?
(Os amigos foram para outras paragens.)
Pensei em não ir. Fiz paz comigo. Encontrei-me por entre ansiedades e receios. Encarei-me e dei-me força para estar bem sozinho. Fui.
Não procurei nada e encontrei tanto.




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"Louvor Ateu"

Meu Deus.. meu deus..
que seria de mim sem poesia? 


15/06/22

Diário de uma semana


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Tenho lido muito.

Conheço tanto o primeiro poema
que inaugurou a vida
como a palavra-bala
que tudo encerra.

Procuro em livros o verbo desconhecido.

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"4ª feira - 8"

Há dias assim.

O trabalho todo despachado. 

Roupa e lençóis lavados. 

Casa aspirada.

E sem aviso não aguentava ouvir musica.

Não queria ver filmes.

Não me apetecia ler livros. 

Não queria telefonar a um amigo.

Não aguentava ficar em casa.

Doía-me o peito.

Faltava-me o ar. 

Sufocavam-me as paredes.

Recordei o quanto já foi difícil levantar de frente de um computador, tirar a cabeça debaixo da terra e de todos os receios que teimam em voltar e ver claramente. "Há dias assim."

Terei direito a eles. Todos temos. 

Mas hoje quero mais que isso!

Se já os reconheço quero enfrentá-los. 

Se não fizer pelo menos o esforço estarei de facto melhor ou apenas a mentir a mim mesmo enquanto me desculpo num dia mais difícil?

Hoje não serei engolido por esta tristeza nem por lava alguma! 

Estou fraco mas determinado e isso faz-me forte!

Tinha de sair. 

Abrir a porta, desder as escadas caminhar até doerem os pés e nem ouvir nada a não ser os sons da noite.

Vi uma "carocha" (ou Vaca-Loura). Cumprimentámo-nos em respeito mutuo. Duas raças em extinção.  

Se eu te disser que hoje que li a noticia do falecimento da Paula Rego finalmente chorei a tua falta será que compreendes? 


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"5ª feira - 9"


Por entre a montanha russa destes dias e desta auto estima cheia de marcas de múltiplas rejeições senti-me admirado por palavras gratuitas. Fizeram questão de ser explícitos nessa admiração. É raro sentir-me valorizado e ainda mais por quem me conhece mal. (Será assim a vida para as pessoas bonitas?

Por mais que o meu coração não esteja ali soube bem. 

Não consegui não dar um abraço sentido e agradecer.

O namorado fez cara de quem não gostou. Espero que não dê em divorcio.

Mas se der não será culpa minha certamente. 

As pessoas encontram sempre desculpas para a coragem que não têm. 



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"6ª feira & Sábado - 10 e 11"

Dormi mal. Acordei a pensar que quando seguir a minha vida ficarás triste e mesmo desiludida. Como se tudo isto fosse um jogo sádico em que se testam os limites do meu amor por ti.
Estes dois dias foram para estar com amigos antigos e pessoas que ainda não saturaram de mim. 

Copos, jantares, conversas, convívios e equilibrismo entre uma auto estima ainda muito abalada, o braço de ferro com a tendência para estados depressivos e ansiosos e o sentir que também eu sou uma pessoa de quem é possível gostar.

Concertos, performances, um fantástico concerto de cumbia que adorei e uma directa como já não estou habituado.

É muito fácil sentir-me um trapo velho que foi descartado sem aviso e sem direito a explicação porque eu "terei sempre questões" e tu não sentes que "não precisas neste momento".

Aprender a ter direito à minha dor sem nela me alongar. Ela habita-me. Eu não sou seu habitante. 

Se agora sinto que seria louco renegar toda essa dor também estou decidido a não a deixar ficar indefinidamente.  

Não quero ser vulcão para me reinventar. Não quero queimar ninguém com o meu crescimento.

Quero sim soltar todas estas lágrimas no mundo. Aprender a nunca mais as prender já me faria mais feliz. 


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Se eu dissesse que mais que um fim de relação me sinto expulso de casa será que te assustas apenas ou percebes?

(não é focar no drama mas sim evidenciar a mudança. não focar na "expulsão" mas sim na "casa". ) 

Por vezes sinto o peso do modo frio como deste este último corte. Foi novamente muito abrupto, acusaste-me de uma data de coisas e depois daquele dia quando tentei falar para me tentar resolver um pouco dizes não ser o teu tempo para isso e que eu, sendo como sou, teria sempre coisas a dizer. O instinto de auto-preservação não pode desculpar tudo. Foi bem cruel. Já me vi como agressor mas mesmo assim neste história toda acho que não merecia as coisas feitas deste modo frio de quem chega do nada com decisões tomadas, acusações e depois se mostra indisponível para ouvir quando aqui sempre tiveste uma porta aberta. Não quer isto dizer que sejas "isto ou aquilo" mas tenho de admitir (para mim mesmo apenas, não como acusação) que foi bem agressivo e, pelo menos desta vez, não merecia. Esta reflexão não é para te imputar culpa. É mais até para mim! Não sou de guardar rancor e quero sempre é avançar e resolver as coisas. És uma pessoa espetacular, tanto que ainda te tenho amor. Mas seja para o que for tenho de encarar que para mim não foste uma pessoa nada boa ao tratar-me assim deste modo tão descartável. 

Dou por mim umas tantas vezes a pensar nessa "culpa" que sentimos e fazemos o outro sentir. 
Sei que facilmente me queixo de coisas e não o vês como mera reflexão, partilha, debate,... estás sempre diretamente ligada à queixa e sentes como uma queixa indireta ou mesmo direta. Também eu confesso sinto isso muitas vezes com coisas que dizes. Somos muito inseguros e voláteis. No melhor e no pior sentido. Temos muita história em 10 anos ("que parecem 50 de pessoa normal") muitas boas e algumas más. Eu tenho aprendido sobre mim, sobre ti. Contigo, comigo sozinho e connosco. Sinto que mesmo no difícil crescemos e talvez por isso mesmo volto sempre a acreditar e tentar ultrapassar esses episódios mais infelizes. Também quando eles já nos prenderam tanto no passado temos de aprender com eles não? Um dia "do Oceanário" é importante. O seu peso estará sempre presente. Sinto que nesse dia culminou um estado meu de exaustão brutal, em que te pedia ajuda sem saber que tipo de ajuda precisava ou que grande parte dela teria de partir de mim e que com tudo isso se plantou um sentimento de que preciso que cuides de mim. Isto quando também tu precisavas de quem cuidasse de ti. Esse sentimento perdurou (ou em ti ainda perdura?). Gostava que tivesses também percebido quando comecei também eu a tomar mais conta de mim. E essa diferença nem sempre evidente entre a carência e a cumplicidade e o carinho. O peso daquele dia estará sempre presente mas que lições tirei eu desse dia? E é por aí que fiz caminho. Por vezes bem demoradamente e contigo. Já tu és de fazer caminho sozinha. Acusaste-me de ser carente várias vezes (e já o reconheci e enumerei diversas situações), imagino que esse estigma esteja tanto em mim como em ti. A vontade de estar juntos que exprimi desta vez não tem nada a ver com estados carentes; não acho que tenha sido o caso nestes tempos mas só tu saberás se não conseguiste ler mais nada. Sei também que o teu processo de cura passa por tempo isolada. Não que acredite que desta vez essa "cura" te traga de volta para mim. Mas seja para quem for com quem estejas no futuro, tenta aprender a pedir esse espaço antes de/sem magoar o outro. Até eu falar da tua necessidade de estar sozinha passa também por julgamento e acusação, não? Quando digo que depois de Setembro passei muito mal e foi muito difícil. Disse-o com calma mas suponho que parte de ti se sinta sempre responsável por mais cuidadoso que eu seja a dizê-lo. Temos de assumir as nossas responsabilidades: eu dos meus estados ansiosos brutais, tu de descartares a relação de um modo brutal. E nessa responsabilidade de por vezes, quem sabe, simplesmente não sabermos/não conseguirmos naquele momento fazer melhor percebermos que esses assuntos não podem virar tabu mesmo que tenhamos sentimentos de culpa e mágoa associados. Paraste de falar comigo do que queres da vida. Quando estavas triste era eu a tentar sentar-nos e a falar. Não sei se seria sintomático ou o teu "deixar acontecer". Eu pensei nisso mas depois de te abrir a porta para conversar se quisesses consegui desligar o lado ansioso e confiar em ti para essa gestão. Não quero repetir aqui propostas nem caminhos como em janeiro. Não quiseste viver isso e isso para ti será justo. São maneiras de olhar a vida. Eu esgoto-me em diálogos e tentativas de achar compromissos entre vontades. Diálogos que por mais boas intenções que tenham te cansam? Tu calas e explodes. "mulher-vulcão". (e eu depois de queimar tantas vezes porque sigo com amor por ti?)

A vida tem sido isto mas não só. Não tomes estes registos pelo que são os meus dias. Seria extremamente redutor. Isso são as saudades de quem ainda ama. Os dias não se resumem a este infindável questionar nem ao querer partilhar coisas contigo. Queria que conseguisses olhar bem para mim (por vezes nem convivendo com o outro conseguimos fazer isso). Acredito mesmo estar a ficar melhor. Até no reconhecer que há momentos pesados e assustadores na mesma mas que não se alongam. No ter esperança no amanhã e no que ele traz. No ter sonhos que me enchem o peito e que quero realizar. Não é um processo rápido nem linear. são pequenas conquistas e algumas derrotas. São sobretudo o não desanimar com as derrotas. E estou assim não por estar sem ti mas apesar de estar sem ti. A força durante a prova de fogo. O aprender a viver por entre as chamas para quem sabe, um dia, nem mesmo a lava me queime. 😊

Sinto-te muito longe (como não sentir ?) e ainda não me conformo. 

Mesmo se estivesses à minha frente não sei se te teria mesmo aqui. Teria de te abraçar até doerem os braços!

Sinto que estarás disponível para o que de novo a vida te traga e entre a dor de te imaginar feliz com outra pessoa está também um bem estar que me ainda é estranho por apenas te imaginar feliz seja como fôr. O amor adulto é bem complexo. 

Acredito que sempre fomos porto de abrigo e local de confiança. Mesmo por entre toda a nossa história. 

Aprendi a amar o Espinhal mas a minha casa foste tu. 


"...

I always went wrong in the same place
Where the river splits towards the sea
That couldn't possibly be
You and me

Sometimes you sleep while I take us home
That's when I know
We really have a home
... "

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"Domingo - 12"

Gatos, família e amigos de família.

Horóscopo.

Vigem: 
No amor não arrisque sem estar bastante seguro. Afaste emoções da sua vida económica, seja calculista para evitar más decisões.

Peixe: Os entendimentos são viáveis, hoje tem uma surpresa agradável. Tudo corre bem se puser de lado comportamentos rígidos.


Com tanta força de vontade ainda ninguém aprendeu a domar toda a sugestão do mercúrio retrógrado? 

As desculpas que arranjamos para justificar tudo o que calamos. 


Posso não ser "um homenzinho" em muita coisa que gostarias. Reconheço umas tantas. Ter estado sempre disponível para pensar e discutir a relação não será certamente uma delas. No que toca ao amor estou satisfeito com a minha maturidade emocional por mais atípica que seja. E digo mesmo que há muitas coisas em que faço questão e me orgulho de permanecer criança.

"I had a thought just then
Nearly did me in
But I hummed and said "no"
Just to make it go
This is the crude discipline
That keeps me running"

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"2ª feira - 13"

Ai C'um Caralho!!! 💓💓💓-->


E para além de Carochas (Vacas-Louras) há sapinhos na ciclovia de Viseu! 💓

Os gaios estão cada vez menos envergonhados.

Uiva-se à lua cheia. (Ela não uiva de volta. )

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"3ª feira - 14"

Um livro que ao terminar dá vontade de ler novamente começando pelo último capítulo (é escrito em analepse). 

Mais um belo livro. Adorei.

simples, bonito e pertinente. às vezes para tudo permanecer igual tudo tem de mudar. e aceitar o fim pode ser a maneira de secretamente seguirmos na mesma.


"- Como está o mar hoje?
- Calmo à superfície, mas agitado nas profundezas"

 

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"4ª feira - 15"


Sonhar contigo, sonhar com burros. Sonhar contigo e com burros. E nos sonhos em abraços ser feliz. 
(estes sonhos têm sido recorrentes. nunca fugimos de nós.)


Tenho guardado estas frases na carteira e revisitado nestes dois meses. Como um mantra. Como quem reza. 

Preciso aceitar que esse lugar não é um bom lugar.

 Tenho de olhar os factos e aceitar: não sou feliz aqui, estou desencantada connosco, já não vejo aquilo que faz com que as pessoas se mantenham juntas e acreditem na sua relação. 

eu posso ouvir-te, ... mas fico a pensar que isto é algo que tu precisas e eu neste momento não.

(até nisto somos tão diferentes: tu definitiva e a mudar no silêncio da distância; eu aqui, a lançar cartas ao vento sem pensar sequer se gostaria que as lesses)

Foram estas algumas das tuas últimas palavras para mim. Tudo o resto é imaginação minha.
Só hoje comecei a acreditar e aceitar.

Também eu mereço quem goste de mim. A vida não quer saber dos nossos traumas nem inseguranças e até eu consigo ver o quão preciosa e curta ela é para ser desperdiçada nisso. Por vezes não quero pensar em mais ninguém que goste porque contigo foi tudo mais fácil (sim, somado todo o percurso ainda acho que somos assim tão raros) mas... Também eu mereço quem goste de mim. Tenho dito isto desde Setembro e por vezes não acredito mesmo que mereça. Depois de me livrar de toda a culpa que sempre sinto num término (sempre o "o que fiz eu de errado desta vez?" que faço antes de tudo); depois de me convencer que a força de ir ter contigo mesmo que para apenas me rejeitares não é sequer lida como força mas que te sufoca; depois de tentar compreender todos os motivos (mesmo os que calas para ti mesma) comecei nestas semanas pela primeira vez a sentir-me no direito de ter a minha dor. Há dias em que ainda dói a saudade. dói pensar no Garrincha e no Tico. dói recordar-te. dói ainda querer.
e quão estranho é isso? não o doer, isso é o mais natural imagino que até tu tenhas momentos desses. mas depois destas vezes todas só agora sentir com alguma calma um "sim, também eu posso estar magoado por toda esta rejeição". que tenho esse direito.

Nem tudo é drama nestes dias (Como poderia? Já estaria louco!) Há momentos de força e bem estar e tenho encontrado sempre conforto em velhos amigos e sítios inesperados, mas este acreditar em nós volta sempre. Mesmo depois de seres tão definitiva esse braço de ferro é difícil. Neste momento não sei mesmo dizer o que é amor o que é loucura. Nem sei se é suposto sabermos a diferença. 

Sei que sabes ir atrás do que queres, tens garra para mudar a vida toda quando o sentes. Mas no meio de todo o teu não saberes o que queres no amor foste sempre implacável a mostrar o que naqueles momentos não queres: eu! 

Está no momento de deixar de remar contra a maré, contra luas, contra todos e contra ti.

Hoje começam as reuniões. Ainda não sei se me renovam contrato. Surpreendentemente não me preocupa. (Estarei mais calmo e melhor com o trabalho que tenho feito ou seria aquela instabilidade gigante e mal estar com a incerteza apenas vontade de uma vida a dois e revolta pelos obstáculos que a ela me colocavam?)

Ficaria bem escrever que é o momento de deixar de remar contra mim também, não? 

Veremos.

Não há marinheiros sem mar. 
Não há mar sem tempestades.