24/10/09

secreto.
pé ante pé.
as casas que circundam o caminho de casa em ruínas
enganam a fome com o cadáver de promessas.
no final do dia regressa,
deixa-se morrer.

23/10/09

adormecido.
encoberto.
certo da destreza das mãos
que maquinam a queda.
no final do dia regressa,
deixa-se morrer.

20/10/09

incerto.
encoberto.
nem a deus revela os planos.
no final do dia regressa,
deixa-se morrer.

19/10/09

é incrível
a quantidade de mentiras
a que nos forçamos a acreditar
para fugirmos
ao (nosso próprio) impulso
que
incomodamente
nos obriga
a ser melhores .
todo este espaço
que deixamos
vazio
por carência
de afecto
apodrece.
e em breve
o cheiro nauseabundo
chega às narinas
famintas
do
ódio.


o mau apresenta-se assim, bastantes vezes após a desilusão com o bom.
e o círculo não se quebra senão com a simultânea comunhão de vontades.
"para grandes males, grandes remédios"...

15/10/09

"quem me dera..."

que as horas não flutuassem em comprimento e densidade

que as noites não fossem tão inconstantes

que o tom waits nunca morresse

quem me dera