26/05/11

leio. releio e releio. e releio. e releio. e releio.e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio. e releio.

amor é...

é frequente contemplar o suícidio.
mas enquanto for mais frequente a masturbação,
tudo dentro do normal.
quanto a ti...
não cabe no mundo tamanha cobardia.

25/05/11

revolução? mas qual revolução caralho!??!

People who talk about revolution and class struggle without referring explicitly to everyday life, without understanding what is subversive about love,... such people have a corpse in their mouth.

haaa! Assim sim sr Vaneigem!!!

19/05/11

um dia o sonhador foi sonho.

depois desse dia, fugiu.

"estou cansado" - disse -
"cansado do meu sonho me rejeitar!
cansado de partilhar um sonho que quero só meu..."
alimentou-se em rancor e partiu.
como quem procura outro sonho.
como quem queria fugir.
deixou de ser sonhador para ser um mentiroso.
quis conseguir ser mentiroso.
e o nariz evidentemente cresceu.
tanto que quando se cruzava com o seu sonho mentia-lhe:
"já não és o meu sonho!"

e o sonho insistia e procurava-o
mas o sonhador já não se julgava digno de sonhar..
"já não sou um sonhador... sou um mentiroso..."
e ia ao espelho verificar o tamanho do seu nariz para saber se havia esperança...
e então repetia "já não és o meu sonho!"
e morria um pouco com cada frase

noite após noite
e por vezes durante o dia,
sem ilusões
nem nostalgia,
ciente de que um sonho não se repete
e sem desejo de repetir mas de o sonhar de novo
deitava-se e embalava-se
à espera daquela mão
à espera
do sonho
que era o seu...

10/05/11

o rodopio persegue-me
com o encerrar dos olhos
a lembrança
o castigo
o teu fogo
a forma feminina
a única
a tua

os braços que se estendem
os braços
que não permiti
que me segurassem
os braços
que me podiam
ter salvo

não andassem os relógios desta cidade
constantemente
atrasados
e eu ter-te ia
enganado mais uma vez
(e era desta não era? ele diz que sim ...)
pequeno mentiroso
reduzido ao nada
rodeado
cercado
rendido!
os braços
aqui
a embalar-me
para sempre.


09/05/11

dicotomia

odeio

te

tudo.

excepto

se me beijares

agora!














Pois se é imprudente entrar desarmado no covil de um leão, imprudente afrontar o Atlântico num barco a remos, imprudente equilibrar-se num pé em cima da cúpula de S. Paulo, ainda mais imprudente é regressar a casa sozinha com um poeta. Um poeta é Atlântico e leão num só. Enquanto um nos afoga, o outro devora-nos. Se sobrevivermos aos dentes, sucumbiremos às vagas.


("Orlando", Virginia Woolf)

03/05/11


When the object is perceived as particular and unique and not merely the member of a family, when it appears independent of any general notion and detached from the sanity of a cause, isolated and inexplicable in the light of ignorance, then and only then may it be a source of enchantment.


Samuel Beckett





- o que é o remorso? de que serve? e mais importante, resolve algo? é útil?
- não.
- tudo desvanece eventualmente.
- tudo?
- não.
- nem tudo.
- e.. ?
- conforma-te.
- não.
- os dias são mais compridos assim.
- é.
- e... ? suportam-se?
- não.
- desistes?
- não.
- então?
- sonho.
- continuas um idiota.
- sim.
- e hoje um idiota particularmente conversador.
- é.
- devias anotar as coisas para não te esqueceres. um manual de ti para ti. uma lista de erros se quiseres.
- ou um simples "se queres, aguenta-te à bronca independentemente de tudo"
- sarcasmo?
- não. desarme.
- desarme?
- sim. o beco sem saída. a inevitável razão. o verbo.
- mas de que te serve um verbo se permaneces aqui.
- para que me lembre: o verbo existe.






no regresso a casa uma estreia.


levei o primeiro tiro nas ruas de lisboa.

não morri.
não deixou cicatriz.
balas falsas.
um aviso só.
"basta de tentar sobreviver!"