29/04/22

Digo a mim mesmo...

digo a mim mesmo que aqui não invado

digo a mim mesmo que aqui não cobro

que aqui não há modo de me lerem e tomarem por manipulador pois aqui és tu a invadir
tu a querer saber.

- a paciência e abertura no diálogo
- a vida junta
- os filhos
- o projecto de negócio juntos
- o manual para discussões
- o tentar respeitar os ritmos diferentes....
mesmo inseguro confiei o suficiente para querer tudo
e mais que querer tudo:
parar de querer e começar a fazer para o ter!
Para mim era agora! 
(se é para saltar tem de ser a pés juntos)

aprendi muito nestes meses: a contrariar impulsos e estímulos viciados
um "muito" que ainda não chega e que é preciso continuar a aprender
vacilo mas não desisto
já ganhei essa batalha: quero aprender mais!

não sou manipulador! não sou cobrador!
(serei quando muito agitador.)
e quando atuo na melhor das intenções
não quero compactuar com a ofensa
(mas será que ela partiu de mim?)

Parece que ainda ontem a maior preocupação era ter o lábio lixado porque estávamos cheios de vontade de nos cobrir de beijos o fim de semana todo.
Ler acusação no pedido para diálogo.. 
Ler cobrança nas reflexões.. 
Olhar para mim e sentires culpa se algo que nem sabes o quê? Algo que não tem a ver contigo, comigo ou com a situação sequer como um estímulo viciado?
Seria receio que tente provar que estás errada em algo? 
Toda a opinião é válida e tida em conta, mesmo quando discordamos. É uma partilha. Como pode alguém estar certo ou errado com uma partilha diferente?
ainda me é estranho que a decisão e força para a quebra seja maior que o impulso para tentar resolver.
ambos exigem tanto de nós.. 
(ou perco-me no esforço para compreender algo que é apenas falta de amor?)

Recordo uma conversa de janeiro:
"não és só tu que me dás cabo da cabeça, eu faço bem isso sozinha"
depois dás a entender que só procuras reflexão e terapia não por ti mas quando há confronto de opinião
e seguimos como duas avestruzes de cabeça enfiada na terra
presos num loop em que nos vemos simultaneamente como vítimas e agressores um do outro
em que a única solução talvez passe pelo conselho que me deste tu e o nick:
para estarmos bem com os outros temos de primeiro estar bem connosco;

Gostava de pegar naquelas coisas que aqui temos desde Puny e Smug e trabalhá-las até transformar a vida em Dirty Coltrane! 


Sei que há um historial de te perderes a tentar ir de encontro ao outro
que faz parte da tua luta
sei que fui um dos elementos que no passado e mais que uma vez piorou isso
mas nestes meses se isso aconteceu não terá partido de ti?

Nestes meses pelo contrário, senti que fui mais vezes eu de encontro a ti
e isso foi bom. Gosto da vida aí.
Guardar galinhas ao fim do dia, tratar dos chichos, fazer refeições de vez em quando, ter aquele bocadinho de sofá ou cama ao fim do dia, ir aos apiários quando tenho disponibilidade,... que maravilha de dias tive quando deixaste tudo isso nas minhas mãos.
Não me perco nesse processo. 

Perco-me sim nalguma insegurança, daí a queixa. 
Ouvir uma queixa com receio não é o mesmo que apenas ouvir.
Nas mesmas palavras podes ouvir alguém a cobrar e a sufocar a tua liberdade ou podes ver alguém que gosta de ti e está inseguro e preocupado contigo.  
Seja para uma coisa seja para a outra estarmos a ouvir a pessoa com ou sem medo/ com ou sem o peso das histórias anteriores faz diferença.
(as "intenções de janeiro" mais uma vez me parecem tão acertadas)


A parte que me dá paz e até algum orgulho foi sentir que trabalhei os meus medos e o meu "saber ouvir" para estar nessa conversa com toda a minha insegurança mas pronto para aceitar tudo e procurar uma solução, ao passo que me pareceu que tu chegaste de ideias feitas e certa das intenções dos meus argumentos. Não te culpo. Não te "cobro". Gostava que conseguisses sentir que há algum tempo que não há jogos desses aqui. 
(Terá sido erro mesmo assim ler amor nos nossos sorrisos?)





uma barriga a menos
uma calma maior
um ouvido mais aberto
desta vez ficou evidente:
o que gostas não é meu
são estados temporários,
é a minha luta,
é a minha vontade.
(e o incessante? que fazer com ele? há algo de bom que me seja imutável?)
dicas para o óbvio:
sou menos atraente quando estou deprimido
sou menos atraente quando estou à beira de um ataque de ansiedade
sou menos atraente quando estou com uma neura
sou menos atraente quando estou fisicamente menos atraente.
amar uma ideia não é amar uma pessoa
as pessoas estão cheias de imperfeições
mas as ideias não têm vontade de querer ser melhores



Mas de quanto vale a nossa vontade e a nossa força se não nos querem por perto?
Ninguém ama com medo.
E o medo dos outros não é nosso para espantar!
(Já é hercúleo domar o meu)
Nessa loucura orgulho-me de conseguir ter estado bem disposto, calmo e olhar cheio de amor.
(uma porta que permaneceu aberta mesmo para quem não quis a casa)

Não sei se foste feliz nestes meses.
Eu fui.

Eu tenho receios múltiplos mas amo.
Eu terei mais falhas que o mundo mas amo.

"Se te arrependeres diz-me."
          "Se te arrependeres diz-me."
                       "Se te arrependeres diz-me."



"O peixinho que ás vezes acerta" ou "A vida está para empresários" // "Arlindo" por Ilustralu

(deitados, antes da partida para regresso a Viseu. a tentar desligar a insegurança & macambuzice torcia o nariz ao Stan Lee em detrimento de Kirby ou de Ditko.)

 Esta página de Thomas Scioli relata um episódio de Stan Lee e Harvey Kurtzman  nos finais de 40s. 

 Inicio de carreira. 

 Posteriormente Harvey Kurtzman ficou conhecido pelo seu trabalho na revista "Mad",  por ser autor de comics como "Jungle Book" (considerada uma das primeiras "novelas gráficas") e por de 1960 a 1965 ser editor da revista "Help!" que lançou gente como Terry Gilliam (dos Monty Python), Robert Crumb ou Gilbert Shelton.



"O Livro da Selva" de Harvey Kurtzman:






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"Arlindo" de Ilustralu:

Um livro bem simples sobre o direito à diferença que me deixou a chorar baba e ranho! Que história simples e bonita! 




28/04/22

"Nova Ilha do Tesouro" de Osamu Tezuka e "Wasteland Scumf##ks: Terra do Demônio" de Yuri Moraes

 




 😁 Adorei os dois! 😍




"era uma vez..."

 


"era uma vez..."

era uma vez um homem inseguro
que como tal,
irracionalmente se perguntava por vezes :
só eu estive apaixonado nestes meses?

era uma vez um cobrador
que cobrava tanto
que na melhor intenção e sem querer
se cobrou a si mesmo sem saber

era uma vez um manipulador
que manipulava tão bem
que se convencia a gostar
de quem o acusava de manipular

era uma vez um homenzinho
que olhou o amor nos olhos 
e ainda não chorou 
(mesmo ainda estando a crescer)
pois perdeu o medo de o perder

era uma vez um odor de pele
e uma textura de cabelos
que assombravam até ao infinito
quem mesmo assombrado o achava bonito

(Nota: nenhuma das expressões foi citada com qualquer ressabiamento ou azedume! 😉)



Saltos de Fé ("Gideon Falls" de Jeff Lemire & Andrea Sorrentino) // Torpedo

 "Gideon Falls"


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"Torpedo"

Que pouca vergonha de histórias!! Adorei! 😁




"Eclipse total da Lua"

 ("Eclipse total da Lua vai pintar de vermelho a Lua Cheia na madrugada de segunda-feira 16 de maio. Observatório Astronómico explica a "Lua de Sangue" e como a Lua vai pregar uma partida logo ao nascer.")


"tu és muito de luas"


sempre ouvi a expressão
que agora parece ser tão literal

da outra vez foram as luas.
e da outra também.

os alinhamentos, o mercúrio retrógrado, o....

toda uma conspiração astral para acabar com a paz no coração dos homens! 

e desta então um eclipse de sangue 

"para términos, redefinições ou recomeços",
que a 8 de novembro o novo eclipse trará certezas 

e tudo isto dito assim... 
teimando em definir regras para a tempestade (vulcão?)

como se ainda fossemos os mesmos de há 5 meses
como se ainda fossemos os mesmos de setembro

se todos e tudo permanece estático 
talvez quem esteja parado sejamos nós ou a nossa perceção

o "querer sempre falar" já não é carência 
mas uma recusa a viver refém da amargura
(uma recusa que avança comigo mesmo no sigilo)
mais um "estar sempre disponível para falar" que um "querer"

sou eu mas sou diferente:
sou um pouco mais eu.

não sou de luas mas de luta
de uma recusa a deixar que o meu medo me defina

nem mesmo com mapa astral há um caminho certo
nem livros de regras 

Há o que acontece e há o que fazemos acontecer 

e este tango que danço contigo no silêncio 
enquanto lentamente submerjo no imenso amor que ainda te tenho