24/01/12

Epopeia - Canto I

o chichi cheira a cócó
o cócó cheira a chichi
o pipi cheira a chichi

20/01/12

ainda Carlos Trillo e Juan Bobillo (com "bird 1") ...


(diz-se que um dia fui apanhado a roubar este cd)

16/01/12

Valerian & Laureline






é uma excelente surpresa comprar um livro por saudosismo (e porque está barato) e constatar que á uns anos se escrevia com uma imaginação deliciosa de meter inveja aos autores actuais.

10/01/12

manifesto do dia (hoje é este, amanhã logo se vê...)

quero mais que História leccionada cronologicamete, que nas escolas se ensine a respeitar e tirar conclusões da história.

quero uma cultura que não se baseie em tertúlias de eleitos, em conhecidos bem posicionados.

quero uma educação que não procure prolongar a ignorância.

quero que para além do horário de trabalho seja imposto um horário de lazer. que se assuma a relação entre a inexistência deste com fenómenos como a delinquência juvenil, taxas de absentismo, abandono, isolamento na 3ª idade,....

quero uma justiça que não esteja à venda. equitativa.


quero ver a corrupção severamente punida

quero sopa de legumes.

quero salários mais baixos na assembleia. governar é um privilégio, não um luxo.

quero que os votos em branco se traduzam em lugares vazios nessa assembleia.

quero andar de carrocel sem pagar

quero o fim do uso do serviço publico como bode expiatório para tudo

quero jornalistas e reporters a sério e quero-os muitos e com diversas opiniões

quero a prostituição legalizada

quero o interior do país à mesma distancia a que estava antes das portagens. Não! quero o fim das portagens em todas as SCUT que não apresentam alternativa viável e o fim da merda das obras na IP3. se a ponte é para cair mande-se abaixo de uma vez!

quero que o representante máximo do país seja obrigado a 1 mês de serviço comunitário a ser distribuido por instituições de apoio á pobreza e toxicodependência e serviços hospitalares.
quero que os meus filhos não estejam sujeitos a uma escola que obedece a caprichos de jogos partidários e critérios economicistas que se preocupa mais com uma estatística que com uma geração criativa, crítica e auto-sustentável.

quero uma sandes de queijo da serra, presunto e tomate e um copo de tinto

obrigado
Bandel Seijin attack! Captain Ultra (1967)

09/01/12

à muitos, muuiitos anos....

quando ouvia falar em "Mass Média" como meio de supressão da cultura e criatividade livre julgava que só podiam (claro) estar a falar de um romance de ficção de orwell ou assimov, pois bem, segue um resumo retirado de onde me apeteceu, numa clara violação dos direitos de autor. isso mesmo! sou um fora da lei meus senhores! fodei-vos!


Estou certo que já ouviram a canção do bandido. Não? Estão leiam esta espécie de making of:Em 1920 a indústria da música queixou-se da rádio. Como esta era grátis, nunca mais ninguém compraria música em discos.Na década de 1940 os estúdios cinematográficos tiveram de ceder o negócio dos cinemas — possuíam mais de metade das salas nos Estados Unidos. “É o fim do cinema”, afiançaram. O número de ecrans mais do que duplicou de 1948 (eram 17.000) para os nossos dias (38.000).Nos anos 50 a ameaça passou a ser a televisão por cabo. A televisão difundida por antena era grátis. Os incumbentes argumentaram que os seus serviços, como eram prestados gratuitamente, não poderiam competir com os serviços pagos (sim: o contrário da “garantia” do tempo da rádio. Não interessa o que se diz, interessa o efeito do que se diz).Chegam os anos 70 e as cassetes de video. O lóbi das indústrias audiovisuais anunciou o fim do mundo e por um voto não conseguiu que um tribunal decretasse como ilegais os gravadores VCR, esses “instrumentos da pirataria“. “O VCR está para a indústria do cinema como o estrangulador de Boston para as mulheres“, declarou com distinto despudor Jack Valenti, o presidente da Motion Picture Association of America. Apesar de executivos com responsabilidades de biliões, a realidade não assiste ao discurso público de tais ilustres. A realidade é que a introdução dos gravadores fez com que as receitas dos filmes disparassem, criando-se um segundo canal de distribuição; os alugueres acabaram por ultrapassar as receitas de bilheteira.1998. Os poderosos lóbis repetem a receita do VCR, desta vez com requintes de malvadez que garantiram a melhor exploração dos seus produtos e o advento de UM TERCEIRO CANAL de distribuição. Sujeitam o congresso americano à aprovação do Digital Millenium Copyright Act, que tornava ilegal a ação de fazer uma cópia de segurança de um DVD adquirido legalmente. Na prática, esta criativa indústria passou a tirar um lucro três vezes da mesma obra, pretendendo que um filme no cinema, na cassete e no DVD eram três produtos diferentes e aumentando o lucro com cada novo canal de escoamento (a produção de cassetes video custava uma fração da distribuição no cinema, o formato digital do DVD era por sua vez uma fração dos custos da cassete, mas o preço de cada “obra” aumentava. Milhões de consumidores pagaram DUAS, TRÊS, QUATRO VEZES pelo mesmo produto. Eu sou um deles, e você?)2000. Reclama-se que os gravadores digitais vão ser o fim da indústria da televisão. Como é regra com esta indústria de exploração dos direitos dos autores (que se foi refinando e adquirindo poder de década para década ao longo do século XX), passou-se precisamente o oposto do enunciado. Os gravadores digitais, como o americano TiVo, reativaram o interesse pela televisão. Não eram inimigos, mas aliados. Bons aliados.(Até aqui há bastante adaptação deste artigo: Why The Movie Industry Can’t Innovate and the Result is SOPA). Contra a inovação, marchar, gritarAo longo das décadas, as indústrias criativas têm-se distinguido pela feroz oposição à inovação nos seus campos, muitas vezes perseguida e amiúde censurada. Seja tecnológica, de hábitos de consumo, até de mera modernização instrumental, a inovação é sistematicamente reputada de um perigo, colada ao inimigo imaginário do momento (do socialismo aos piratas) e previamente responsabilizada pelo fim do mundo que dela vai inevitavelmente decorrer. O facto de nenhum cataclismo ter alguma vez ocorrido é irrelevante; não há história nem memória.A inovação acabou sistematicamente por enriquecer os agentes superiores das indústrias culturais, o que é demonstrado cabal e simplesmente pela própria designação de “indústrias culturais” com que se foi sedimentando e legitimando, ao longo das décadas do século XX, a exploração comercial de dois sentidos (autores a montante, audiências e terceiros a jusante). A mesma inovação que acabou por multiplicar as fontes de receita (cassete, DVD, mp4), ajudou a diversificar e a sistematizar as audiências (aluguer, televisão por cabo), intensificou e embarateceu a produção (digitalização, informática) e multiplicouos canais publicitários ao ponto de tornar cada consumidor num elo da cadeia promocional da obra (Internet, redes sociais).Mas nunca ouviremos um dirigente dessas indústrias reconhecer a realidade. Eles só sabem queixar-se. São admiráveis a defender os seus interesses — e ainda bem para eles. Não temos é de aceitar bovinamente como verdadeiras as propagandas deles. Os consumidores também devem defender os seu interesses e pontos de vista. Parece-me justo (ou já deixou de ser? Com a nova vaga de retrocesso civilizacional, não estou certo sobre que direitos já perdemos.)A lei da cópiaEste artigo tem também a ver com a proposta de lei da cópia privada levada ao Parlamento, sobre a qual podem ler a opinião elaborada de Carlos Martins.Estive a ler a proposta. Não lhe vejo potencial para resolver nenhuma das frições atuais. Parece-me injusta na medida em que é discricionária: não tendo correspondência com os atuais formatos de produção e de consumo de todo o tipo de obras de autor, o que faz é garantir o direito do sujeito financeiramente mais forte.Parece-me ainda injusta porque pune indiscriminadamente todos os consumidores: mesmo que eu não queira efetuar cópias de nada, legais ou ilegais, pago como se quisesse, logo sou punido.No limite, podemos observar que a lei enquadra à partida como natural o desrespeito pelos direitos de autor: ao comprar um USB por um preço que contém previamente uma fração para os detentores de direitos, o consumidor sente-se legitimado para tirar pleno partido do investimento e proceder à cópia não pretendida nem necessária. Na prática, os suportes passam a ter colados o rótulo de instrumentos de potencial pirataria. Mais valia fazer como no tabaco e obrigar ao rótulo: “este USB pode levá-lo à prisão”.É anacrónica: não contempla nem prevê a cópia em suporte etéreo (nuvem, ou cloud), que é o suporte cada vez mais usado para as músicas, filmes, imagens e documentos antigamente conhecidos por livros e materiais impressos.Mas fiquei perplexo com o que se me afigura um abuso: a proposta garante aos detentores de direitos de autor uma parte das receitas de terceiros completamente alheios, como é o caso — por exemplo gritante — dos fabricantes de telemóveis. O parágrafo final da proposta sujeita a Apple a pagar às “entidades gestoras” de “direitos”, sob a figura de “compensação”, deixa ver, 8 euros por me ter vendido um iPhone onde eu não arquivo, nem nunca arquivarei, legal ou ilegalmente, obra sujeita a direitos, na medida em que não só vai contra os meus princípios como não faz parte dos meus hábitos de consumo de cultura, informação ou entretenimento.Cito para os incrédulos (negrito meu): “Dispositivos de reprodução de fonogramas, videogramas ou outros conteúdos sonoros, visuais ou audiovisuais em formato comprimido, integrados ou não noutros aparelhos ou equipamentos, como os telemóveis – € 0,50 por cada GB de capacidade de armazenamento.” (link)Sei que há um caminho para encontrar mecanismos equilibrados de reajustar os interesses da procura e da oferta. Sei, também, que esta lei não faz parte dele. E sei, finalmente, tão certo como respirar, que tal caminho não será trilhado enquanto as lágrimas de crocodilo e a canção do bandido forem a bagagem dos representantes das indústrias culturais.