O que nos lixa não é encontrar uma pessoa que nos deslumbra e tira de nós.
Mesmo que a companhia seja sempre prazerosa, que seja evidente que tudo está certo quando essa presença se faz sentir, que parece que o universo conspirou com cada passo que aquela pessoa deu e continua a dar na vida só para nos fazer sentir admiração e cumplicidade.
Não obstante o quanto tudo isto também tem de assustador.
Quando a autoestima incha consigo me convencer de que também serei bom para essa pessoa por me sentir preparado ou, mais que isso, ansioso pelo momento em que ela sinta que em vez de fugir do desconforto o quer enfrentar. Certo de que do outro lado há algo melhor e que é por aí o caminho para fora de um vicioso circulo. Mas.. não obstante o quanto também isto também tem de assustador..
O que nos lixa é quando não temos razões para rir mas somos recorrentemente assolados de esperança e boa disposição.
Quando coisa é séria e impele a casmurrice mas algo cá dentro parece gritar "foi bom, foi bonito".
Como se o que se viveu fosse, mais que um aperto no peito, uma amostra de resposta para todos os desafios, problemas, ...
(..a diferença que uma abécula faz mesmo quando se esgadanha para voltar a desaparecer.)
É fodido! 😊
Suponho que perante desconforto essa predisposição faça a diferença.
Este ânimo do "eu conseguia fazer isto" perante adversidades ou impossibilidades é algo de novo.
O "não deixar de ver problemas" mas com aquela presença (que nem precisa estar nas imediações mas que sabemos algures) ver mais soluções que problemas.
Não estou habituado. Será isto algum tipo de maturidade? É certamente mais que mera resiliência.
Não sei ainda se devia gostar desta força. Afinal, de que serve este sentimento se unilateral?
Mas tenho de admitir que gosto.
O pior é mesmo isso: não saber se este tipo de disponibilidade nasce de loucura ou de um amor genuíno e gratuito.
Haverá diferença?
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