19/02/25

conforto // Lynch


Às vezes,
fico horas sentado,
a tentar lembrar
porque se tornou pesado
o silêncio.

Como quem mantem esperança 
de descortinar algo mais.

Ávido de aprender.

De consolo 
saber que 
só saindo da zona de conforto
a forçamos a expandir.

(De que serve 
uma zona de conforto
que é prisão?

De que serve 
um mecanismo de defesa
que nos isola?)

E, 
no entanto,
de que serve também
reconhecer coragem,
ter vontade,
fé (?)
ou mesmo
todo o conhecimento,
sem abraços?

Aprendizagem feita,
de que serve
toda esta vontade
de abolir fronteiras
se sou assoberbado
na direção 
de quem as insiste em manter?

Toda a minha vontade
tem de saber parar 
no meio termo.

Toda a esperança 
tem de acreditar
que mereço 
quem me encontre aí.

Por vezes inatingível,
é certo.

Mas 
única fronteira
pela qual
anseio.


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