"o homem que corre"
A corrida é a sua maneira de gritar ao mundo. As pernas queimam, o suor escorre em rios de frustração e, ainda assim, a linha de chegada aparenta afastar-se a cada passo, como uma incumprível promessa.
Não corre por medalhas mas para se encontrar em algum lugar no meio da estrada, num qualquer pedaço do caminho onde a vida faça sentido, onde a cidade pare de gritar e ele finalmente consiga ouvir algo dentro de si.
Não corre por medalhas mas para se encontrar em algum lugar no meio da estrada, num qualquer pedaço do caminho onde a vida faça sentido, onde a cidade pare de gritar e ele finalmente consiga ouvir algo dentro de si.
Talvez no local onde alguém que também procure algo venha ao seu acidental encontro.
O problema da procura é que pode não ter fim. O corredor sabe disso, e por mais que os músculos gritem por descanso, ele continua. A vida exige-o. Vive na ilusão de que, um dia, ao atravessar a linha, encontrará a resposta que procurou. A verdade é que no momento em que alcança o que pensa ser a meta, percebe que há sempre mais um quilômetro a percorrer. E no final, tudo que ele tem é exaustão e uma sensação amarga de que, talvez, o sentido da vida nunca esteja realmente na linha de chegada, mas em cada passo "em falso" dado na tentativa.
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