25/09/22

“familiar desconhecido” / até já / des-empatias / santinho de altar / “marinheiros”

(Sobre a adulteração da memória VS persistência da memória:)


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“familiar/desconhecido”

derrotado recorrentemente de recorrente força

este homem foi este homem não foi  este homem é

este que engana à primeira vista aparente escapista manequim de montra este que se perde e reencontra de fraqueza enganadora e força que manifesta irregularmente homem de sonho recorrente arde sem se consumir na chama este que te ama como já não se ama.

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“até já” (para a Tânia, para o Bruno, para o Jorge e para o Félix)


demasiado cedo


tivesse eu mais braços 

e mãos

e palavras


sempre demasiado cedo


tarde

para os braços que tardaram

as mãos que não se estenderam
e palavras certeiras.

a três compassos 

da anestesia,

este peito

sente demais.

nestas minhas veias

corre algo

bem mais espesso que sangue.





“des-empatias”


uma pessoa constrói uma casa

para ser habitada por família

e surge sempre uma sacana

que vende as telhas do telhado 

ao primeiro que passa



“santinho de altar”


perdidos em cúmplices sorrisos

fazemos o que podemos

ex-votos cardíacos 

abençoados

em intervalos


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As ondam embatem com força. Naufragamos. Perdemos pessoas. Chegam desafios e receios. Queremos coisas. Tenho-te amor. Sonhamos demais. As ondas agigantam-se.

E depois o mar acalma.

Não me recordo de ele acalmar tão rápido exceto nos teus braços!

Agarro o leme com firmeza. O medo de perder uma força que reencontrei e é ainda muito frágil não se compara ao tamanho da minha coragem e da minha vontade.

Tenho-te amor e tenho-me amor. Será isso ?



(é bom rever os clássicos)


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