Sendo ansioso por vezes é difícil saber o lugar entre 8 nem 80 na quantidade de coisas em que me encontro a refletir. Por vezes histórias que recordo recorrentemente. Que saturam. O importante será saber se causam dano ou se continuo a aprender e se tal aprendizagem me é útil.
A reflexão é antiga: Enquanto receavas ignoravas a mudança que já tinha começado. Num pedido de diálogo e procura de meios termos para vivências já não se conseguia ouvir nada ou lia-se mais carência e o precisar do outro. Já não era assim do meu lado mas agora compreendo melhor de onde isso veio: Pedi-te ajuda quando não te competia dar (e sim a mim ganhar forças), quando não a tinhas para dar e quando todo esse contexto tinha em ti ainda herança de coisas pesadas do teu casamento e já nossas (tal como eu tinha ainda uma insegurança brutal para lidar que herdei da relação anterior e a minha própria insegurança e desconforto com escola e pais e...)
Mais que não conseguires explicar porque não podias dar essa ajuda sei o teu desconforto dessa altura em Lisboa, o que leste no meu mal estar, o que ele te fez e o quanto ele marcou. Compreendo bem o diálogo viciado a que se chegou mesmo depois de eu começar a ter força em mim para o meu caminho. Viste-te novamente a ter de ser apoio de alguém que estava mal. Novamente a ter de dar demasiado de ti sem garantias que o outro também lutasse por si. Compreendo a marca que deixou ainda para mais trazendo tu já essa marca contigo quando nos conhecemos. Talvez essa compreensão e a minha aprendizagem me prolonguem este sentir.
Entre a coragem de algo novo, a descoberta de uma nova vida, as novas conversas, expressões, situações novas, o quebrar com a rotina, deixar de ouvir as histórias e vida que já conhecemos,... tudo o que ocorre ao iniciarmos nova relação e, no outro oposto, a coragem de reinventar a vida a dois quando se torna rotineira, marcada com todas as suas alegrias e desilusões e daí encontrar ânimo e paixão para novos desafios, será tão fácil dizer qual destas coragens está presa ao passado e qual dela está de olhos no futuro? Repetir o processo com alguém novo ou reinventar a relação? Não serão ambas repetir processos antigos na esperança de melhorar? Não serão ambas seguir em frente? Fará sequer sentido esse exercício de medir uma e outra? Compreendo ambas. Não deve nenhum lado ser julgado levianamente.
Serei sempre assim? Demorarei sempre a deixar de acreditar? Não é linear mas.. não. Já cortei relações sem dar a mínima hipótese (peixinho e a mania de ler muita coisa muito rápido...), já fui eu a deixar de acreditar numa relação em que vivi amor (depois de ser afastado e chamado várias vezes é certo... foram vezes demais.. nem eu aguento tanto). Mas isso deixa-me consciente de que não sinto as coisas de modo leviano ou carente ou... (talvez falte o adjetivo mais adequado). Há carência? Sim. Claro. Neste momento até tu a terás. Mas mesmo essa aparece de modo diferente. Não aquele "precisar" de quem não tem força nas pernas. Não aquela necessidade de um apoio porque está num estado de esgotamento e sem força nem capacidade de ir buscar em si respostas e impulsos. Não estou aqui por precisar da outra pessoa. Este amor não é dependente. Quero mas não preciso. Quero que me queiram sem precisarem de mim. Tal como também não me assusta que um dia, quem sabe na velhice, precisem. Mas isso é ainda outro tipo de carência diferente destes.
O que sinto ainda é amor e anima-me mais que nunca reaprender e redefinir vivências, espaços,.. e fazê-lo em diálogo e encontro de vontades onde o peso do passado que trouxemos quando nos conhecemos e o que acrescentámos esteja atenuado. Essa predisposição leve para falar e ouvir abre portas a desafios que sempre procurámos e muitos que bloqueámos. É verdade que puxamos muito um pelo outro e isso por vezes é estimulante e por outras incomoda, mas puxarmos um pelo outro é uma excelente qualidade. Tira-nos da zona de conforto e fez-nos evoluir e responder a desafios. Como não sonhar e ficar feliz por essa perspetiva quando ainda recordo como na nossa história toda as coisas também foram frequentemente fáceis e incrivelmente boas?
Onde vou eu buscar tanto amor?
“segredos”
ambiciono sentir a urgência da vida sem o peso da urgência da vida
O pássaro não está bem, contagia e afasta a mulher.
"Peter Pan" de Loisel
Uma re-interpretação do clássico. Bonita demais! 💓
" -...e também há mães?
- Mães? .. mas para quê?
- Bem, para te aquecerem o coração e para te contarem belas histórias."
"- (...) Ainda estou muito triste e às vezes passam-me coisas esquisitas pela cabeça... não percebo nada... já não sei se é sonho ou realidade mas, por vezes, não é nada bom, e parece que fica tudo vermelho... depois esqueço, já não sei de nada, já não me lembro de nada."
Imagina uma pequena caixa de bombons que tem apenas um bombom.
Um bombom fantástico que sabe a sonho, cheira a aventura e está embrulhado... em imaginação.
Mas o tempo é implacável, tenaz... tem paciência! Ele atormenta, vira e revira a caixa em todas as direcções...
O bombom é arremessado e acaba por sair .. então... o "Grande Glutão" apodera-se dele .. e come-o lentamente... (...) Envelhecer talvez seja isso.. recordar que um dia já se foi criança.
- Eu sou uma criança! Uma criança! UMA CRIANÇA! E o Grande Glutão não pode fazer nada!
- Isso não chega Peter.. é preciso querê-lo e, sobretudo, acreditar nisso! Acreditar no poder da imaginação."
- Nem pensar, Peter!! Um tesouro inventa-se... sonha-se!"
"Ouve,
a esperança tem limites
o amor também...
Não esperes demasiado...
analógico é démodé.
as peças já não se fabricam.
faça-lhe o funeral
importe o novo modelo digital.
temos de mandar vir da Suíça.
vai custar um olho e um piparote!
Tem um problema
na engrenagem!
Tem um problema
na engrenagem!
Tem um problema
na engrenagem!
o material está obsoleto.
não cabe
na caixa
torácica.
“bússola”
força
e receio de a perder.
medo de ser soterrado
e laivos
para superar medos.
os dias oscilam.
um animal tenso fica cansado,
um animal cansado sente-se fraco,
um animal fraco sente medo.
os dias oscilam.
oscilariam
independentemente de tudo.
eu pirata de mim.
A dream of a coyote
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