25/07/22

"Hoje" // "Conversas em jazz" // "I will not be safe"

Hoje...

vi, senti e dei a mão.
não me senti preso nem intimidado em conversas.
tomei iniciativa. fui.
não fiquei preso em mim, ajudei, abracei.
estive lá para os outros como quase sempre quis estar
nas coisas simples
a intenção não nasceu e morreu em mim
mas materializou-se em ação.
(e isso fez a diferença) 
li-o nos olhares e sorrisos. 
e no fim do dia sem certezas de dominar a arte, senti que me libertei.
Hoje tomei eu conta dos outros. fui menos bicho.
Hoje senti-me bem comigo.
Hoje eu fui eu.

(e reparei que hoje a borracheira tem 7 pontas novas ! Parece que estamos os dois contentes! 😁 )


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o meu pedido de carinho, cuidado comigo e conversa que pode fazer diferença entre um abraço bom ou um que magoa.
o teu direito a ir onde quiseres sem te fazeres anunciar.
as coisas feitas no teu tempo.
o teu impulso que sempre ganha.

a tua auto-preservação atropela o meu bem estar e dás a entender que tem de ser assim :
abraças porque tens esse impulso, não conversas antes nem depois porque não tens vontade.
Meses em que me dás a entender que eu falar ou fazer algo que me aproxime de ti é egoísmo meu e vai dificultar o teu processo para teres força. Será assim tão estranho estranho ler agora eu egoísmo em ti?

Não tens conversas desconfortáveis quando o outro pede, ages de impulso, não refletes em conjunto nem tivemos conversas a dois antes de decidir terminar a relação ... Estamos nos 40 e comportamo-nos como 18.
Compreendo que a tolerância para o diálogo fique em níveis baixos com conversas circulares e quando precisamos de espaço para reaprender a falar e a ouvir. Relações longas são exigentes. Procurar soluções não é "para meninos" e ter força de as tentar aplicar menos ainda. Por vezes precisamos espaço, pausas ou outras coisas que não imagino. Mas há carga pessoal e de casal que é bom largar seja para o que for que o futuro traga, e fazer paz com a nossa história e não a confundir com histórias do passado não é tão simples como possa parecer mas é bom. 

Amo-te. Se ainda não reconheces o quanto no teu esforço de ficares bem tens atitudes em que falhas o respeito pelo outro ambos precisamos crescer. Não "para mim" nem "por nós", mas porque acredito que te vai fazer bem a ti.

Embora sinta que não houve esse respeito, por aqui há força, tolerância, amor, vontade de aprender e compreender. Estou também disposto a aprender o teu lado e a que me mostres que esta perspetiva está errada ou desajustada se quiseres. Não guardarei rancor destes episódios, não guardo dos antigos mas não posso com isso negá-los e "poupar-te" desses factos permitindo-te permanecer numa ideia falsa. São a nossa história. Nem mesmo a caminhar para outra relação a podes apagar. Não fugimos de nada se não de nós mesmos. Já te vi fugir de ti umas tantas vezes. Mesmo que este assunto não te seja relevante, faz uma pausa nos impulsos, usa o teu tempo e encara-te sem medo sempre que possível. Tal como tu me queres mais forte e maturo em certas coisas também eu te quero assim apenas por ti. 


Mais que isso até, se hoje consigo ter calma no meio da tempestade sei que me empurraste para ela, sei o que deste de ti nesse processo. Estar ciente de tudo com mais calma não quer dizer que esteja tendencioso. Demorei décadas para começar este meu trabalho. Teria sempre de partir de mim e tinha entraves exteriores e (muitos) meus. Durante estes anos não duvides que ajudaste a mudar isso com a tua força e o teu amor. Talvez o amor que me deste em todo processo seja o que desapareceu de ti. Talvez tenhas gasto demais. Chegados aqui estou com clareza para te apontar o que me magoa mais facilmente mas claro que não me posso limitar a isso e tenho de reconhecer tudo o que deste. E no meio da nossa imperfeição, encontros e desencontros, o que deste foi sempre imenso. Por isso por mais que a terra trema, o vulcão expluda e a lava me rodeie os meus passos tremem e por vezes temem mas sigo certo do caminho. 

O coração continua na mesma. A mão continua aberta para o que for preciso. 
Fica bem meu amor.

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A cada dia que passa, por entre divagações, inquietude, alguma tristeza ou até mágoa noto que a paciência e tempo gastos nisso são cada vez menores e que a vontade de querer aproveitar o dia e a vida perduram, bem como um sentimento de amor e um bem estar que vem com esta realização que procurei durante anos em sítios errados. Quero-te perto mas não preciso de ti.

É um pouco chato estar aqui sem ti mas é ótimo estar aqui.



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"I will not be safe" - Alabaster DePlume
I wanna say somethin' to the machine And it's like this I was writin' about I was writin' to myself ab- Well, I was writin' to someone about, um

How I wanted to do this thing And I, and I thought about how I want to live as well And what I wrote was, uh I will not be safe I will be magical I will be open and true and good
It will be the sound of me being magical I will be incomplete I will not be safe Love is not safe Courage is not safe
I have the greatest gift of all to give It's my love It's the best thing in the world And even though it doеsn't need to be receivеd For it to be so great I will not be sheltered, even by this fact
I will not choose cynicism Or take it up on its delicious, bitter offer That is so comfortin' and familiar And final and fatalistic I won't need any promises nor denials I do not have the answer I won't compose an endin' to defend myself from blisterin' rays of hope
And I won't hide behind a matchstick of a sweet little word, either I will be naked like water It's the worst place to be It's the best place to be It's where we are anyway I will be there, I am there I will be!



20/07/22

"O Rumor da Geada" - Jorge Zentner & Lorenzo Mattotti // "inventário" /// “aprender a cair”

 







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"inventário"


para os homens que dormem não há desculpa

a consciência falha

tomam a vida certos de que podem fugir 

a súmula dos actos é a única pauta do seu sucesso

são estes os homens de amanhã


para os homens que optam seguir de olhos abertos

a contenda que aguarda é implacável 

num ininterrupto estado de alerta

caem de cansaço devorados por números


grande parte das pessoas simplesmente evaporou

não são homens nem mulheres,

não por egoísmo, falta de sensibilidade, de coragem, de tacto...

mas pela ingenuidade de quem prometeu sem saber cumprir

(desde então ninguém promete com medo de evaporar)


dizem que a cidade incendiou com o primeiro beijo

eu procuro quem a incendeie com último 

antes do último

  antes do último

    antes do último



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“aprender a cair”


no dia em que a levou a casa

sentiu-se em casa


um coração fértil

contra a insensibilidade dos dias

semeando esperança

transubstanciava

deserto em solo arável


no dia em que a levou a casa

uma certeza antiga:

não se conformava em arrancar

rosas

para oferecer

quando preferia passear

pelo jardim


12/07/22

"Conversas em jardins" // “sincronização”

As boas Leituras continuam 💓 

Zidrou a escrever maravilhosamente:


Gippi a escrever e desenhar maravilhosamente:







D'Salete a educar:




e a arte de Breccia que é sempre soberba:



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"Conversas em jardins"

Tivemos algo bom.
E isso foi bom.

Vieste mais uma vez no teu tempo falar de portas abertas.
Não recebeste bem o meu ponto de vista sobre isso.
Mesmo assim consegui sentir algo bom em estar contigo.
Por entre altos e baixos o saldo do tempo contigo é sempre, para mim, positivo. Um sorriso teu salva vidas.  
Falei de um dos temas que me é mais querido e o castelo desmoronou.
Saíste e fechaste a porta novamente.

Recordas de desde janeiro ter dito que para mim a banda não era prioridade? Tinha uma ideia fincada de que esse espaço de ensaios e concertos precisava de ficar livre para nós ou até apenas para ti. Estava pontualmente carente e inseguro (naquele contexto como não estar um pouco?) Mas estava finalmente calmo e predisposto a encontrar esse meio termo contigo. Foi raro: tu tinhas mais vontade de tocar que eu e por mim estava tudo bem. Será que acreditas se disser que nesses meses tirava um bem estar quase igual em por exemplo te ir ajudar com as abelhas?

Agora pedi para tentarmos despedir da banda de um modo bonito.
Nem ponderaste.
Dei 20 passos atrás.

Na mensagem mais recente antes do teu convite disse-te que ainda amo.
Como consegues fazer todas estas coisas assim?
Pareces estar bem sem mim e sabes que eu não estou ainda bem sem ti, que impulso te levou a vir dizer que abres uma porta ?
Se era apenas saudades assume como tal e aborda-me apenas com isso.
Se queres amizade mesmo sabendo bem que eu ainda não a consigo pondera melhor.
Se queres uma porta aberta para a qual nem tu estás preparada pondera melhor.
Porque te magoa tanto eu ainda sonhar com filhos nossos? (e se te disser que a minha confiança nessa ideia chega ao ponto de nos imaginar bons pais mesmo sem uma relação "nossa"?)

O teu querer é claro: não queres o meu amor. Mas o teu sentir parece ainda estar preso e com dúvidas.

Se foi o teu sentir que te fez quebrar tudo na relação não queiras forçar agora o que sentes para teres uma amizade "de porta aberta" se ainda tens aí coisas em conflito.
Já deste direção e decisão ao que sentes. Não digo que estarás errada quando negas ter amor por mim (só tu saberás isso) mas para seguires dá-te mais tempo a ti mesma e reflete melhor sobre o que sentes / não sentes. Eu faço-o. Olho com amor e olho friamente. O que tanto magoou e o que arrebatou. Acredita: por vezes gostava que depois da minha reflexão a conclusão fosse outra. Peso tudo. Recalculo. Vejo se a balança quebrou... nada! Ainda amo. 


Por aqui também foi duríssimo. Desde o quanto por vezes é mesmo difícil estar só, até tentar lutar contra isso, planear para tentar estar com amigos e infelizmente sair tudo furado. Levar com este abrir e fechar de portas sem compreender razão nem o tempo dele..
Tens atitudes brutais ao terminar, tens estes atos egoístas e impensados.. em que o outro é sempre colocado em 2º plano ou nem tido em consideração. Por vezes por questão de luta pelo teu bem estar e isso é mais que justo (um "egoísmo necessário e saudável") por outras nem por isso (o teu bem estar não deveria significar magoar os outros). Digo tudo isto sem nenhuma mágoa nem sequer querer que isto seja um julgamento. Será que consegues ler nisto alguém que te conhece mesmo? Que te vê nua, inteira no melhor e pior e mesmo assim sente que te ama? Para mim tudo isto é ver-te como és. Sem cobrança, sem querer com estas observações magoar mas também sem ilusões. E se dúvidas há: não quer isto dizer que gosto de me magoar mas conheço-te completa e é completa que gosto de ti.
Apanho-me do chão, relativizo e vou buscar forças não sei onde.
(Sim, ainda tenho onde ir buscar forças)
Ainda tenho amor. Por mim e (estupidamente?) também por ti. A porra do sentimento é mais resiliente que sei lá o quê... 😄

Queremos estar mais fortes. Por vezes estamos.
Mas até em ti o que queres como apenas amizade ainda tem muito amor misturado. Não?
Se queres amizade tens de deixar o tempo e a ausência fazer o que fazem sempre a todos e a tudo.

Tal como deixar de fazer coisas com bandas e viagens para estarmos juntos te abre para novas possibilidades e predisposições, também deixar de conviver comigo te leva a novos lugares, novas pessoas e aos poucos as coisas boas que tivemos e todos os planos em conjunto cairão numa vaga memória e deixarão de doer. 

Todas as conversas que queres que se tenham "sem ser sobre a relação" são relação. Será que achas que de janeiro abril não houve relação? Nós passámos quase 2 anos juntos em negação sem querer ter relação, devíamos saber reconhecer estas coisas! 😂Será que queres isso? Estar comigo sem falar deste assunto chato e recorrente? E não te assusta que entre nós tirando este assunto nos damos bem (demais?).

Nem tu! Quanto mais eu... Ainda não estamos assim tão fortes para não ter amor. 
Não desesperes, seja o que for que a vida traz. Ficaremos mais fortes.

Por hora parece que, com quereres diferentes, ainda temos amor. E então?
Temos algo bom.
E isso é bom.

 


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“sincronização”


com um oceano a separar

ouviam no outro 

uma linguagem imperceptível

e assim,

tanto um pedido de ajuda

como uma declaração de amor

corriam sérios riscos

de naufrágio


no dia em que a terra voltou a tremer

em vez de se porem a salvo

perdiam tempo a tentar dar direções um ao outro

por entre dialetos ininteligíveis e cascalho

 um sorriso salvou o dia

 
despiram-se, fizeram-se ao mar e reaprenderam a comunicar nos silêncios




25/06/22

"O Combate Quotidiano - volume 1 e 2" // "Vildemoínhos" // "Louvor Ateu"

 Imaginas gostar tanto de um livro que não queres que ele acabe? Que ele seja local de conforto? Tem-me acontecido muito com os que tenho colocado aqui. E não é mero síndrome de fuga: também tenho saído com amigos e tentado manter as velhas amizades. Morro de saudades tuas mas não fujo para dentro dos livros. Têm sido deliciosos! Voltarei a uns tantos de certeza!! 

Desta vez, mais um belo livro do Manu Larcenet, com uma ilustração completamente diferente do último que li dele ("O Relatório de Brodeck"). Edição portuguesa em 2 volumes. Tão real, humano e cheio de coisas que me são tão familiares.

Ler que alguém querer estar mais tempo com o outro quando não passam a semana juntos é normal e não carência. Pensar que sufocares com apenas esse tipo de conversa é estranho ou sintomático de outras coisas (nem que seja apenas de um passado que não libertas) e não culpa minha (mesmo que nesse passado tenha tido essa culpa).
Quando tudo acaba de repente, com acusações e sem espaço para novas perguntas da minha parte esta reflexão é um exercício contínuo. Não posso viver em constante conflito com o que sinto. Afinal, haverá mais falta de amor que estar bem num silêncio prolongado? Porque procuro eu explicações para o que nem tu te preocupaste em dizer? 
Ainda nestes dias em conversas com os compadres ao ouvi-los dizer que querem um tempinho sem a Gabi só para eles quase que me desfiz em lágrimas. Não de inveja ou de tristeza minha. Não de todo! Apenas fiquei enternecido e feliz por eles. Foi tão bom ouvir. Senti-me um pouco normal e validado.


"- uma crise de angustia é muito impressionante apesar de variar muito de pessoa para pessoa...
aprender a viver com isso significa ter um medo irracional de, a qualquer momento tudo se desmoronar."


"- porque quero ver-te mais! E quero que tenhamos mais tempo juntos, e assim... tu não queres?
- Não. (...) Estamos bem assim! Porque é que queres mudar tudo?
- Para mudar, precisamente! Para viver mais coisas contigo.. Estou farta do provisório."

"- É gira, ela..
- Pois é..
- Não vive contigo?
- Não, não... achamos que é muito cedo, não nos apetece...
- Claro, claro... Merecias umas palmadas, às vezes..."

"- Tenho medo filho... nunca tive tanto medo... nem quando nascente.
- Também eu pai."


"- ESTOU FARTA! Pára de me tomar por parva! Eu já vi que tens medo, mas isso não desculpa tudo...quero ouvir-te, quero que conversemos, mas não quero que andes a fingir que está tudo muito bem entre nós!" 

"- Vou retomar a psicanálise... há muitas coisas a falhar. (...) Pára de sorrir assim. Enervas-me..." 

"- ...Que ética idiota é essa que te faz sacrificar um amigo por causa de um passado ao qual ele renunciou definitivamente? A ética é necessária, sem dúvida... mas é um pouco como a lógica: é demasiado simples para a deixarmos intervir nas relações humanas."

"O desespero puro coloca questões tão essenciais que não pode acomodar-se a nenhuma ideologia... 
A fraude ideológica consiste em convencer que existe uma verdade. O real deixa então de importar, a não ser na medida em que pode moldar-se para se adaptar a ela. (...)
Deslastrada de toda a lógica, a poesia é a única forma livre de reparar no que é importante."

"Já lhe disse no outro dia... a fuga faz parte do combate."


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"Vildemoínhos" a 24-25/06/2022

E se eu disser que não fui para me despedir?
E se eu disser que não fui procurar nada nem ninguém?
(Os amigos foram para outras paragens.)
Pensei em não ir. Fiz paz comigo. Encontrei-me por entre ansiedades e receios. Encarei-me e dei-me força para estar bem sozinho. Fui.
Não procurei nada e encontrei tanto.




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"Louvor Ateu"

Meu Deus.. meu deus..
que seria de mim sem poesia? 


15/06/22

Diário de uma semana


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Tenho lido muito.

Conheço tanto o primeiro poema
que inaugurou a vida
como a palavra-bala
que tudo encerra.

Procuro em livros o verbo desconhecido.

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"4ª feira - 8"

Há dias assim.

O trabalho todo despachado. 

Roupa e lençóis lavados. 

Casa aspirada.

E sem aviso não aguentava ouvir musica.

Não queria ver filmes.

Não me apetecia ler livros. 

Não queria telefonar a um amigo.

Não aguentava ficar em casa.

Doía-me o peito.

Faltava-me o ar. 

Sufocavam-me as paredes.

Recordei o quanto já foi difícil levantar de frente de um computador, tirar a cabeça debaixo da terra e de todos os receios que teimam em voltar e ver claramente. "Há dias assim."

Terei direito a eles. Todos temos. 

Mas hoje quero mais que isso!

Se já os reconheço quero enfrentá-los. 

Se não fizer pelo menos o esforço estarei de facto melhor ou apenas a mentir a mim mesmo enquanto me desculpo num dia mais difícil?

Hoje não serei engolido por esta tristeza nem por lava alguma! 

Estou fraco mas determinado e isso faz-me forte!

Tinha de sair. 

Abrir a porta, desder as escadas caminhar até doerem os pés e nem ouvir nada a não ser os sons da noite.

Vi uma "carocha" (ou Vaca-Loura). Cumprimentámo-nos em respeito mutuo. Duas raças em extinção.  

Se eu te disser que hoje que li a noticia do falecimento da Paula Rego finalmente chorei a tua falta será que compreendes? 


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"5ª feira - 9"


Por entre a montanha russa destes dias e desta auto estima cheia de marcas de múltiplas rejeições senti-me admirado por palavras gratuitas. Fizeram questão de ser explícitos nessa admiração. É raro sentir-me valorizado e ainda mais por quem me conhece mal. (Será assim a vida para as pessoas bonitas?

Por mais que o meu coração não esteja ali soube bem. 

Não consegui não dar um abraço sentido e agradecer.

O namorado fez cara de quem não gostou. Espero que não dê em divorcio.

Mas se der não será culpa minha certamente. 

As pessoas encontram sempre desculpas para a coragem que não têm. 



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"6ª feira & Sábado - 10 e 11"

Dormi mal. Acordei a pensar que quando seguir a minha vida ficarás triste e mesmo desiludida. Como se tudo isto fosse um jogo sádico em que se testam os limites do meu amor por ti.
Estes dois dias foram para estar com amigos antigos e pessoas que ainda não saturaram de mim. 

Copos, jantares, conversas, convívios e equilibrismo entre uma auto estima ainda muito abalada, o braço de ferro com a tendência para estados depressivos e ansiosos e o sentir que também eu sou uma pessoa de quem é possível gostar.

Concertos, performances, um fantástico concerto de cumbia que adorei e uma directa como já não estou habituado.

É muito fácil sentir-me um trapo velho que foi descartado sem aviso e sem direito a explicação porque eu "terei sempre questões" e tu não sentes que "não precisas neste momento".

Aprender a ter direito à minha dor sem nela me alongar. Ela habita-me. Eu não sou seu habitante. 

Se agora sinto que seria louco renegar toda essa dor também estou decidido a não a deixar ficar indefinidamente.  

Não quero ser vulcão para me reinventar. Não quero queimar ninguém com o meu crescimento.

Quero sim soltar todas estas lágrimas no mundo. Aprender a nunca mais as prender já me faria mais feliz. 


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.....

Se eu dissesse que mais que um fim de relação me sinto expulso de casa será que te assustas apenas ou percebes?

(não é focar no drama mas sim evidenciar a mudança. não focar na "expulsão" mas sim na "casa". ) 

Por vezes sinto o peso do modo frio como deste este último corte. Foi novamente muito abrupto, acusaste-me de uma data de coisas e depois daquele dia quando tentei falar para me tentar resolver um pouco dizes não ser o teu tempo para isso e que eu, sendo como sou, teria sempre coisas a dizer. O instinto de auto-preservação não pode desculpar tudo. Foi bem cruel. Já me vi como agressor mas mesmo assim neste história toda acho que não merecia as coisas feitas deste modo frio de quem chega do nada com decisões tomadas, acusações e depois se mostra indisponível para ouvir quando aqui sempre tiveste uma porta aberta. Não quer isto dizer que sejas "isto ou aquilo" mas tenho de admitir (para mim mesmo apenas, não como acusação) que foi bem agressivo e, pelo menos desta vez, não merecia. Esta reflexão não é para te imputar culpa. É mais até para mim! Não sou de guardar rancor e quero sempre é avançar e resolver as coisas. És uma pessoa espetacular, tanto que ainda te tenho amor. Mas seja para o que for tenho de encarar que para mim não foste uma pessoa nada boa ao tratar-me assim deste modo tão descartável. 

Dou por mim umas tantas vezes a pensar nessa "culpa" que sentimos e fazemos o outro sentir. 
Sei que facilmente me queixo de coisas e não o vês como mera reflexão, partilha, debate,... estás sempre diretamente ligada à queixa e sentes como uma queixa indireta ou mesmo direta. Também eu confesso sinto isso muitas vezes com coisas que dizes. Somos muito inseguros e voláteis. No melhor e no pior sentido. Temos muita história em 10 anos ("que parecem 50 de pessoa normal") muitas boas e algumas más. Eu tenho aprendido sobre mim, sobre ti. Contigo, comigo sozinho e connosco. Sinto que mesmo no difícil crescemos e talvez por isso mesmo volto sempre a acreditar e tentar ultrapassar esses episódios mais infelizes. Também quando eles já nos prenderam tanto no passado temos de aprender com eles não? Um dia "do Oceanário" é importante. O seu peso estará sempre presente. Sinto que nesse dia culminou um estado meu de exaustão brutal, em que te pedia ajuda sem saber que tipo de ajuda precisava ou que grande parte dela teria de partir de mim e que com tudo isso se plantou um sentimento de que preciso que cuides de mim. Isto quando também tu precisavas de quem cuidasse de ti. Esse sentimento perdurou (ou em ti ainda perdura?). Gostava que tivesses também percebido quando comecei também eu a tomar mais conta de mim. E essa diferença nem sempre evidente entre a carência e a cumplicidade e o carinho. O peso daquele dia estará sempre presente mas que lições tirei eu desse dia? E é por aí que fiz caminho. Por vezes bem demoradamente e contigo. Já tu és de fazer caminho sozinha. Acusaste-me de ser carente várias vezes (e já o reconheci e enumerei diversas situações), imagino que esse estigma esteja tanto em mim como em ti. A vontade de estar juntos que exprimi desta vez não tem nada a ver com estados carentes; não acho que tenha sido o caso nestes tempos mas só tu saberás se não conseguiste ler mais nada. Sei também que o teu processo de cura passa por tempo isolada. Não que acredite que desta vez essa "cura" te traga de volta para mim. Mas seja para quem for com quem estejas no futuro, tenta aprender a pedir esse espaço antes de/sem magoar o outro. Até eu falar da tua necessidade de estar sozinha passa também por julgamento e acusação, não? Quando digo que depois de Setembro passei muito mal e foi muito difícil. Disse-o com calma mas suponho que parte de ti se sinta sempre responsável por mais cuidadoso que eu seja a dizê-lo. Temos de assumir as nossas responsabilidades: eu dos meus estados ansiosos brutais, tu de descartares a relação de um modo brutal. E nessa responsabilidade de por vezes, quem sabe, simplesmente não sabermos/não conseguirmos naquele momento fazer melhor percebermos que esses assuntos não podem virar tabu mesmo que tenhamos sentimentos de culpa e mágoa associados. Paraste de falar comigo do que queres da vida. Quando estavas triste era eu a tentar sentar-nos e a falar. Não sei se seria sintomático ou o teu "deixar acontecer". Eu pensei nisso mas depois de te abrir a porta para conversar se quisesses consegui desligar o lado ansioso e confiar em ti para essa gestão. Não quero repetir aqui propostas nem caminhos como em janeiro. Não quiseste viver isso e isso para ti será justo. São maneiras de olhar a vida. Eu esgoto-me em diálogos e tentativas de achar compromissos entre vontades. Diálogos que por mais boas intenções que tenham te cansam? Tu calas e explodes. "mulher-vulcão". (e eu depois de queimar tantas vezes porque sigo com amor por ti?)

A vida tem sido isto mas não só. Não tomes estes registos pelo que são os meus dias. Seria extremamente redutor. Isso são as saudades de quem ainda ama. Os dias não se resumem a este infindável questionar nem ao querer partilhar coisas contigo. Queria que conseguisses olhar bem para mim (por vezes nem convivendo com o outro conseguimos fazer isso). Acredito mesmo estar a ficar melhor. Até no reconhecer que há momentos pesados e assustadores na mesma mas que não se alongam. No ter esperança no amanhã e no que ele traz. No ter sonhos que me enchem o peito e que quero realizar. Não é um processo rápido nem linear. são pequenas conquistas e algumas derrotas. São sobretudo o não desanimar com as derrotas. E estou assim não por estar sem ti mas apesar de estar sem ti. A força durante a prova de fogo. O aprender a viver por entre as chamas para quem sabe, um dia, nem mesmo a lava me queime. 😊

Sinto-te muito longe (como não sentir ?) e ainda não me conformo. 

Mesmo se estivesses à minha frente não sei se te teria mesmo aqui. Teria de te abraçar até doerem os braços!

Sinto que estarás disponível para o que de novo a vida te traga e entre a dor de te imaginar feliz com outra pessoa está também um bem estar que me ainda é estranho por apenas te imaginar feliz seja como fôr. O amor adulto é bem complexo. 

Acredito que sempre fomos porto de abrigo e local de confiança. Mesmo por entre toda a nossa história. 

Aprendi a amar o Espinhal mas a minha casa foste tu. 


"...

I always went wrong in the same place
Where the river splits towards the sea
That couldn't possibly be
You and me

Sometimes you sleep while I take us home
That's when I know
We really have a home
... "

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"Domingo - 12"

Gatos, família e amigos de família.

Horóscopo.

Vigem: 
No amor não arrisque sem estar bastante seguro. Afaste emoções da sua vida económica, seja calculista para evitar más decisões.

Peixe: Os entendimentos são viáveis, hoje tem uma surpresa agradável. Tudo corre bem se puser de lado comportamentos rígidos.


Com tanta força de vontade ainda ninguém aprendeu a domar toda a sugestão do mercúrio retrógrado? 

As desculpas que arranjamos para justificar tudo o que calamos. 


Posso não ser "um homenzinho" em muita coisa que gostarias. Reconheço umas tantas. Ter estado sempre disponível para pensar e discutir a relação não será certamente uma delas. No que toca ao amor estou satisfeito com a minha maturidade emocional por mais atípica que seja. E digo mesmo que há muitas coisas em que faço questão e me orgulho de permanecer criança.

"I had a thought just then
Nearly did me in
But I hummed and said "no"
Just to make it go
This is the crude discipline
That keeps me running"

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"2ª feira - 13"

Ai C'um Caralho!!! 💓💓💓-->


E para além de Carochas (Vacas-Louras) há sapinhos na ciclovia de Viseu! 💓

Os gaios estão cada vez menos envergonhados.

Uiva-se à lua cheia. (Ela não uiva de volta. )

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"3ª feira - 14"

Um livro que ao terminar dá vontade de ler novamente começando pelo último capítulo (é escrito em analepse). 

Mais um belo livro. Adorei.

simples, bonito e pertinente. às vezes para tudo permanecer igual tudo tem de mudar. e aceitar o fim pode ser a maneira de secretamente seguirmos na mesma.


"- Como está o mar hoje?
- Calmo à superfície, mas agitado nas profundezas"

 

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"4ª feira - 15"


Sonhar contigo, sonhar com burros. Sonhar contigo e com burros. E nos sonhos em abraços ser feliz. 
(estes sonhos têm sido recorrentes. nunca fugimos de nós.)


Tenho guardado estas frases na carteira e revisitado nestes dois meses. Como um mantra. Como quem reza. 

Preciso aceitar que esse lugar não é um bom lugar.

 Tenho de olhar os factos e aceitar: não sou feliz aqui, estou desencantada connosco, já não vejo aquilo que faz com que as pessoas se mantenham juntas e acreditem na sua relação. 

eu posso ouvir-te, ... mas fico a pensar que isto é algo que tu precisas e eu neste momento não.

(até nisto somos tão diferentes: tu definitiva e a mudar no silêncio da distância; eu aqui, a lançar cartas ao vento sem pensar sequer se gostaria que as lesses)

Foram estas algumas das tuas últimas palavras para mim. Tudo o resto é imaginação minha.
Só hoje comecei a acreditar e aceitar.

Também eu mereço quem goste de mim. A vida não quer saber dos nossos traumas nem inseguranças e até eu consigo ver o quão preciosa e curta ela é para ser desperdiçada nisso. Por vezes não quero pensar em mais ninguém que goste porque contigo foi tudo mais fácil (sim, somado todo o percurso ainda acho que somos assim tão raros) mas... Também eu mereço quem goste de mim. Tenho dito isto desde Setembro e por vezes não acredito mesmo que mereça. Depois de me livrar de toda a culpa que sempre sinto num término (sempre o "o que fiz eu de errado desta vez?" que faço antes de tudo); depois de me convencer que a força de ir ter contigo mesmo que para apenas me rejeitares não é sequer lida como força mas que te sufoca; depois de tentar compreender todos os motivos (mesmo os que calas para ti mesma) comecei nestas semanas pela primeira vez a sentir-me no direito de ter a minha dor. Há dias em que ainda dói a saudade. dói pensar no Garrincha e no Tico. dói recordar-te. dói ainda querer.
e quão estranho é isso? não o doer, isso é o mais natural imagino que até tu tenhas momentos desses. mas depois destas vezes todas só agora sentir com alguma calma um "sim, também eu posso estar magoado por toda esta rejeição". que tenho esse direito.

Nem tudo é drama nestes dias (Como poderia? Já estaria louco!) Há momentos de força e bem estar e tenho encontrado sempre conforto em velhos amigos e sítios inesperados, mas este acreditar em nós volta sempre. Mesmo depois de seres tão definitiva esse braço de ferro é difícil. Neste momento não sei mesmo dizer o que é amor o que é loucura. Nem sei se é suposto sabermos a diferença. 

Sei que sabes ir atrás do que queres, tens garra para mudar a vida toda quando o sentes. Mas no meio de todo o teu não saberes o que queres no amor foste sempre implacável a mostrar o que naqueles momentos não queres: eu! 

Está no momento de deixar de remar contra a maré, contra luas, contra todos e contra ti.

Hoje começam as reuniões. Ainda não sei se me renovam contrato. Surpreendentemente não me preocupa. (Estarei mais calmo e melhor com o trabalho que tenho feito ou seria aquela instabilidade gigante e mal estar com a incerteza apenas vontade de uma vida a dois e revolta pelos obstáculos que a ela me colocavam?)

Ficaria bem escrever que é o momento de deixar de remar contra mim também, não? 

Veremos.

Não há marinheiros sem mar. 
Não há mar sem tempestades.

21/05/22

"Balada para Sophie" de Filipe Melo e Juan Cavia // Doenças modernas

"Guardar segredos faz-nos ficar velhos e sozinhos, menina Adeline."


 "Quando duas pessoas destruídas estão à beira de um abismo

a tentação de saltar torna-se ainda mais irresistível."




"Ficou tudo mais calmo e, nos anos que se seguiram, temos vivido muita coisa juntos.
Talvez não sejam coisas tão grandiosas como os concertos que o menino Julien tinha mas acredito que, por mais pequenas que sejam... para ele, são infinitamente maiores." 

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Ainda António José Forte




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Doenças modernas

Sei que te é muito difícil cumprir o que te convences que "tem de ser".
Sei que me é muito difícil cumprir o que me convences que "tem de ser" quando todo o meu ser sente que é errado desperdiçar algo tão raro. 
(Esse cumprimento do dever é mais coisa de soldado e não do coração)
Qual das nossas a maior teimosia? 
Aguardar o inesperado que redime, a promessa que ninguém previu e a vontade de construir castelos nem que de areia mas que cheguem ao céu?
Será normal ou doença seguir maravilhado na esperança do impossível?
Será normal ou doença sorrir com esse pensamento? 

      percorri com os dedos os traços do teu rosto
             a firmeza dos gestos continua assustadora



"ende neu" / "Culpa" / "Borracheira" / "O Relatório de Brodeck"

 uma semana que parecia não chegar ao fim findou

cheia de desafios e imprevistos assustadores domados com mestria

devia estar orgulhoso, não? 
(e estou! 😊 )

porquê esta minha teimosia então?
porquê esta vontade de que também tivesses acedido ao meu pedido de sentar e falar? é certo que me convenci que a tua vinda naquele dia poderia ser muito boa e fiquei com tantas perguntas na mão. Porque é que estes pedidos são tão agressivos quando também o pediste para ti? 
(pergunto com amor e julgo que com alguma compreensão pela eventual resposta; pergunto mesmo sem malícia e sem precisar de resposta nenhuma.)
Queria agora essa conversa e as respostas ao que também anotei depois de me deparar com o imprevisto?
- Não!
Aquele último email longo que escrevi contém tudo o que senti que era verdadeiramente importante.
Não o releio regularmente (pode ser perigoso, a vida é agora e amanhã! o que se faz! não ontem! não o que se fez!) mas estou certo que sim e ele tem a sua utilidade. 

Mesmo assim queria perguntar coisas estúpidas como "ainda me tens amor?"
Mesmo que o silêncio responda por ti. Mesmo sentindo que neste momento talvez nem saibas bem o que para ti seja isso de amar. 
Quando não sabemos o que queremos da vida podemos tentar descobrir e ir à luta pelo que queremos para nós ou podemos aceitar o que ela nos vai dando.
Durante muito tempo encaixei-me na segunda atitude com toda a minha insegurança e mal estar relativos à vida profissional e que contaminam tudo e a ti na primeira na tua coragem de mudar de trabalho, casa, cidade, analisar o que gostas e recomeçar. 
Hoje já não seria tão simples de nos "encaixar" num ou noutro.  

Porra. 
quanto gosto eu de me iludir ?
de me agarrar com força àquele pedacinho 
que talvez já nem seja amor porque é só meu?
(e agora é só meu não é? 
quando voltavas seria por amor teu ou apenas pela promessa de amor que conseguias ler no outro?)
"um amor à prova te tudo" menos à falta de amor
sou eu que te canso, saturo e desgasto e o que dei de bom não te compensou.
são as promessas que a vida juntos nos traz que deixaram de te ser apetecíveis.
simples assim? 
Pelo menos não me deste novamente a conversa de eu "estar melhor sem ti". Sou até capaz de perceber porque no passado disseste isso mas é coisa que nunca fez sentido para mim.
Se calhar não sabes o que queres da vida mas sabes bem o que não queres e foi isso que expressaste mais uma vez naquele dia.

foram quê? 5 vezes? 
(mais uma vez : é reflexão! não há cobrança aqui! xô cobrança! !!!👻)

então para quê esta minha teimosia nas perguntas? 
amor incondicional ou cegueira?
(há diferença sequer?) 

estas nem são as perguntas que anotei e que queria fazer.
são divagações que se libertam ao vento na esperança que saiam e não voltem.

único tripulante do barco que afunda
(quantos dias até submergir? 1, 2, 3,...? )
e quando passa a equipa de salvamento..
acenamos 
"está tudo bem por aqui! 
Obrigado!
podem seguir!"

Por isso sim. Foi bom não ter continuado essa conversa. 
Não preciso mesmo dela. 
Foi bom impedir todas as perguntas de saírem.
Mais uma pequena vitória! 
😊

Não era saudade nem nostalgia. Aqui ainda se ama.
Saudade tenho daqueles dois! Tanta que dói! E mesmo assim mais que saudade tenho-lhes amor! 
(Será isto o "dar quando já não temos para dar" que tanto admirava na minha querida avó?  Que se passa comigo!?!? Que raio se passa comigo?!?! )

uma semana cheia de desafios e imprevistos assustadores

parecia não chegar ao fim 

findou

uma semana cheia

que bela aventura!
que belo concerto!
que boa companhia!
que vida boa!  

(Falo para mim e falo também como que para ti.
mas agora ocorre-me... 
se ainda me ouves no "Gumbo"
será que também aqui vens?
 porque raio virias aqui se não me tens amor?
deliro no meu sonhar-acordado?! Só posso! 
Mas se vens prefiro nem saber.
Por favor! 
Deixa-me este canto para 
contra todas as probabilidades
continuar a sonhar mais um bocadinho!)

e  agora? uma semana que parece não chegar ao fim inicia

"cheia de desafios e imprevistos assustadores" ...

e então? 😁


let's do it a Dada!!



"culpa"

Culpo o que cedemos ao tempo.
Culpo todas as musicas que deixámos de dançar.
E os livros que deixámos de ler com vozes estapafúrdias.
Culpo o meu reparar na falta que isso me estava a fazer
e a minha incapacidade para o colocar na mesa de modo que me escutassem.
Culpo.
E desculpo.


"Borracheira com avós em 2º plano"

Esta manhã:

reparei que a borracheira tem 4 pontas assim
(será que quer um novo vaso?) 
4 direções possíveis em que segue permanecendo no mesmo lugar 
como eu, também ela continua a ser ela mas é mais ela! 
será que está contente?
estarei a fazer alguma coisa bem?




"O Relatório de Brodeck" (Adaptação do romance de Philippe Claudel) 
por Manu Larcenet