21/05/22

"ende neu" / "Culpa" / "Borracheira" / "O Relatório de Brodeck"

 uma semana que parecia não chegar ao fim findou

cheia de desafios e imprevistos assustadores domados com mestria

devia estar orgulhoso, não? 
(e estou! 😊 )

porquê esta minha teimosia então?
porquê esta vontade de que também tivesses acedido ao meu pedido de sentar e falar? é certo que me convenci que a tua vinda naquele dia poderia ser muito boa e fiquei com tantas perguntas na mão. Porque é que estes pedidos são tão agressivos quando também o pediste para ti? 
(pergunto com amor e julgo que com alguma compreensão pela eventual resposta; pergunto mesmo sem malícia e sem precisar de resposta nenhuma.)
Queria agora essa conversa e as respostas ao que também anotei depois de me deparar com o imprevisto?
- Não!
Aquele último email longo que escrevi contém tudo o que senti que era verdadeiramente importante.
Não o releio regularmente (pode ser perigoso, a vida é agora e amanhã! o que se faz! não ontem! não o que se fez!) mas estou certo que sim e ele tem a sua utilidade. 

Mesmo assim queria perguntar coisas estúpidas como "ainda me tens amor?"
Mesmo que o silêncio responda por ti. Mesmo sentindo que neste momento talvez nem saibas bem o que para ti seja isso de amar. 
Quando não sabemos o que queremos da vida podemos tentar descobrir e ir à luta pelo que queremos para nós ou podemos aceitar o que ela nos vai dando.
Durante muito tempo encaixei-me na segunda atitude com toda a minha insegurança e mal estar relativos à vida profissional e que contaminam tudo e a ti na primeira na tua coragem de mudar de trabalho, casa, cidade, analisar o que gostas e recomeçar. 
Hoje já não seria tão simples de nos "encaixar" num ou noutro.  

Porra. 
quanto gosto eu de me iludir ?
de me agarrar com força àquele pedacinho 
que talvez já nem seja amor porque é só meu?
(e agora é só meu não é? 
quando voltavas seria por amor teu ou apenas pela promessa de amor que conseguias ler no outro?)
"um amor à prova te tudo" menos à falta de amor
sou eu que te canso, saturo e desgasto e o que dei de bom não te compensou.
são as promessas que a vida juntos nos traz que deixaram de te ser apetecíveis.
simples assim? 
Pelo menos não me deste novamente a conversa de eu "estar melhor sem ti". Sou até capaz de perceber porque no passado disseste isso mas é coisa que nunca fez sentido para mim.
Se calhar não sabes o que queres da vida mas sabes bem o que não queres e foi isso que expressaste mais uma vez naquele dia.

foram quê? 5 vezes? 
(mais uma vez : é reflexão! não há cobrança aqui! xô cobrança! !!!👻)

então para quê esta minha teimosia nas perguntas? 
amor incondicional ou cegueira?
(há diferença sequer?) 

estas nem são as perguntas que anotei e que queria fazer.
são divagações que se libertam ao vento na esperança que saiam e não voltem.

único tripulante do barco que afunda
(quantos dias até submergir? 1, 2, 3,...? )
e quando passa a equipa de salvamento..
acenamos 
"está tudo bem por aqui! 
Obrigado!
podem seguir!"

Por isso sim. Foi bom não ter continuado essa conversa. 
Não preciso mesmo dela. 
Foi bom impedir todas as perguntas de saírem.
Mais uma pequena vitória! 
😊

Não era saudade nem nostalgia. Aqui ainda se ama.
Saudade tenho daqueles dois! Tanta que dói! E mesmo assim mais que saudade tenho-lhes amor! 
(Será isto o "dar quando já não temos para dar" que tanto admirava na minha querida avó?  Que se passa comigo!?!? Que raio se passa comigo?!?! )

uma semana cheia de desafios e imprevistos assustadores

parecia não chegar ao fim 

findou

uma semana cheia

que bela aventura!
que belo concerto!
que boa companhia!
que vida boa!  

(Falo para mim e falo também como que para ti.
mas agora ocorre-me... 
se ainda me ouves no "Gumbo"
será que também aqui vens?
 porque raio virias aqui se não me tens amor?
deliro no meu sonhar-acordado?! Só posso! 
Mas se vens prefiro nem saber.
Por favor! 
Deixa-me este canto para 
contra todas as probabilidades
continuar a sonhar mais um bocadinho!)

e  agora? uma semana que parece não chegar ao fim inicia

"cheia de desafios e imprevistos assustadores" ...

e então? 😁


let's do it a Dada!!



"culpa"

Culpo o que cedemos ao tempo.
Culpo todas as musicas que deixámos de dançar.
E os livros que deixámos de ler com vozes estapafúrdias.
Culpo o meu reparar na falta que isso me estava a fazer
e a minha incapacidade para o colocar na mesa de modo que me escutassem.
Culpo.
E desculpo.


"Borracheira com avós em 2º plano"

Esta manhã:

reparei que a borracheira tem 4 pontas assim
(será que quer um novo vaso?) 
4 direções possíveis em que segue permanecendo no mesmo lugar 
como eu, também ela continua a ser ela mas é mais ela! 
será que está contente?
estarei a fazer alguma coisa bem?




"O Relatório de Brodeck" (Adaptação do romance de Philippe Claudel) 
por Manu Larcenet





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