Continuava a repetir-me "ela aguentou" (ou talvez "ela não aguentou", mas passou por isto ou pior talvez...) e chamou-te antes de se acobardar. Está certo que não há encosto! Não há sombra. Não há banco sequer! E as saudades que tenho desses filhos. E as saudades que tenho desses braços. E? E? E? É tudo. Há apenas um! E isso pode nem sempre ser local de conforto mas é a única magia que resta no mundo. Saí de casa aos tropeções. Por entre as ruas estreitas de Alfama. Ao fundo há uma roulote ambulante que vende farturas. Mais à frente um pequeno arraial onde gente já embriagada, turistas e sem abrigo se juntam num balançar ligeiramente descoordenado. Paro para jantar no tasco do costume. Já me conhecem. Uma sopa e um copo de tinto mal me sento. Hoje está mais vazio que o habitual. "São os santos!" - informam-me. "A partir do meio dia de amanhã as ruas vão estar impossíveis!". Tanto me faz. Ao meio dia de amanhã não estarei cá. Por hoje apraz-me assim.
Como, tomo café, pago e despeço-me. Ainda tenho tempo. Sigo para uma livraria onde encontro preciosidades usadas ("quem procura sempre encontra...") e depois disso para o local do concerto. Encontro alguns amigos. O concerto começa. Projecções de cores e formas. Dança. Teclados convidativos e uma percussão dinâmica. Até um momento em que a vocalista/teclista sobre a uma cadeira. Olha-me nos olhos. Grita "trust", vira-se de costas e deixa-se cair. Amparei-a e em braços passei o leve corpo para seguir em flutuação sobre o resto do público. E embora se possa dissertar sobre confiança, saltos de fé, ... Qual a real importância disto? Nenhuma! Nenhuma não fosse eu ver o mesmo nome em cada momento do dia em que possua um pequeno brilho. Como uma desculpa. Uma permissão para uma opção que nunca tomei e me define. As coisas vivas em caixas sufocam é certo. Mas como sabermos se as coisas existiram de facto? E algo só é nosso se voltar para nós quando o libertamos, não?
Como, tomo café, pago e despeço-me. Ainda tenho tempo. Sigo para uma livraria onde encontro preciosidades usadas ("quem procura sempre encontra...") e depois disso para o local do concerto. Encontro alguns amigos. O concerto começa. Projecções de cores e formas. Dança. Teclados convidativos e uma percussão dinâmica. Até um momento em que a vocalista/teclista sobre a uma cadeira. Olha-me nos olhos. Grita "trust", vira-se de costas e deixa-se cair. Amparei-a e em braços passei o leve corpo para seguir em flutuação sobre o resto do público. E embora se possa dissertar sobre confiança, saltos de fé, ... Qual a real importância disto? Nenhuma! Nenhuma não fosse eu ver o mesmo nome em cada momento do dia em que possua um pequeno brilho. Como uma desculpa. Uma permissão para uma opção que nunca tomei e me define. As coisas vivas em caixas sufocam é certo. Mas como sabermos se as coisas existiram de facto? E algo só é nosso se voltar para nós quando o libertamos, não?
Bom dia meu amor.
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