15/03/11

não há revolução senão a do coração.
nos dias em não fugi tive o sabor do próprio veneno.

não quis nada e estive bem. (que confortável é não querer. )
e depois mastigaste-me e cuspiste-me. tudo apenas com um encontrão.
não por sentimento de posse e perda.
não pelo ciume.
não pelo rancor.
magoou demais.
ou apenas encheu o que não tinha sentido.

quando muito teria razões para odiar. para largar mão.
deveria ser mais fácil dizer "ok... é assim." e seguir...
mas ... nada.
o mesmo modo de olhar.
nada mudou nele.
e depois disso... desço.
já não há sitio para esconder.
todas as razões para afastar confirmadas.
e não me bastam.
não é mais fácil.
não é melhor.
não enche o vazio.
a razão está ali mais uma vez a confirmar-me o meu "porquê".
de não me interessa mais...
rigorosamente nada.
e sou novamente criança mimada.
um zero. um nada.
na insignificancia de quem se recorda que está apaixonado e não pode.
uma e outra e outra vez.
com o bónus do cansaço de quem reconhece uma historia a que quer mudar o sinal e se sente cada vez mais pulga perante elefante.
agora que não queres. agora que o meu nada te levou a não querer
que quero eu?

aí está a razão de toda esta agonia.
ainda quero
(ou quero outra vez?)
é que querer outra vez é arrogância. é arrogancia meritória de um murro nos queixos.
ainda querer é imbecilidade indesculpável por ser tardia quanto mais não seja.

queixa-te para aqui.
afinal de contas este espaço é teu....
afinal de contas...


"cada um tem o que merece".