29/03/11

cinema na cidade...


não há nada de novo. a maturidade é o amor ao trabalho. e descuram-se outras paixões. "a vida na cidade". parece regra. empanca-se ali porque se perdeu. é o escudo. não magoa tanto assim e parecemos mais estáveis. "estáveis e maturos! é o passo seguinte." não! estáveis! o "tenho mais que fazer" não é? o "estou demasiado ocupado com coisas de adultos". o brio no trabalho, o ganha-pão, as ambições pessoais. enfim... todo o pentear a penugem ao redor do umbigo. para construir o eu. para ser mais. para nos cumprirmos. tudo muito louvável. mas passos que deviam já ter sido dados. não há assim tanto a provar/descobrir/... nesse campo. essa afirmação que não ocorreu na adolescência (essa adolescência que se prolonga?).. não devia ser a maturidade sinónimo de definição do eu. então para quê as muletas? para quê a redoma? faço lista: - um eu que se apoia em grupos, ainda procura aprovação de pares, família, ... para tudo o que faz. - um sem fim de pseudo-intelectualices e de valores vazios que substituem o instinto básico pelo esgadanhar pela sobrevivência. - o cão-come-cão. - um brio pelo que se faz que parece acabar ali. no brio pelo brio. mera punheta. - um desprezo pela sensibilidade do passado como se os degraus não tivessem feito sentido. apenas degraus. "o meu pé assentou neles é certo, mas apenas por momentos. o degrau não deixou marca em mim mas sim o meu pé marcou o degrau." - por aí fora... amor ao trabalho. amor à família. o que for preciso.. mas não fiquem por aí. parem de ler/estudar filosofia. sintam-na. façam-na. instintivamente. sejam homens! sejam mulheres! não se limitem a pensar! sintam! sem medo porra! não como a criança que foram mas como o adulto que deixou de acreditar. sintam de modo maturo. porque essa liberdade toda alcançada não é nada! é oca! nem foi sequer conquistada por vós! lanço o desafio às cidades deste século: atrevam-se a mudar de paradigma. esta maturidade citadina é aos meus olhos pior que imaturidade: pura mutilação.

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