"solilóquio"
(os sonhos não se agarram.
tentam-se escrever,
tentam-se pintar,
por vezes quase se filmam.
por vezes quase se tentam.)
sabes,
também eu sonhava
ser
"normal"
um doce embalo,
um príncipe de face meiga
e carinhosos gestos.
não sou quem procuram.
não aprenderei a ficar
em animação suspensa
onde "não és".
não quero
novamente,
recorrentemente,
apontar
o erro na lógica.
já tens idade.
caprichosa como o tempo,
velha como eu
deita-se fogo às chamas.
insulta-se o vazio
e os espaços entre o vazio.
sabes ...
já tudo foi feito, pensado,...
é cada vez mais difícil
encontrar espaço para o voo.
só filhos da puta sem ilusões
têm forças
para se iludir.
fazendo perdurar
contos de fadas.
em vão.
elevo aos mãos aos céus para amparar os meus sonhos
elevo aos mãos aos céus para amparar os meus sonhos
elevo aos mãos aos céus para amparar os meus sonhos
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